quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

nº 24 - Luzes


Este é um assunto muito controverso, pois como é subjetivo, diversas opiniões são dadas, por diversos autores. Estou considerando o que há de mais razoável em uma série de livros considerados como “sérios” da Maçonaria.

Segundo o grande Mestre Nicola Aslan, no seu “Dicionário Enciclopédico”:

“em Maçonaria, a palavra Luz tem um significado de Verdade, Conhecimento, Ciência, Saber, instrução e prática de todas as virtudes. Diz-se que um profano “recebe a luz”, quando é Iniciado.”

Mackey, na sua “Enciclopédia”, escreve:

“Luz é uma palavra importante do sistema maçônico, transmitindo um sentido mais longíquo e oculto do que geralmente pensa a maioria dos leitores. É, de fato, o primeiro de todos os Símbolos apresentados ao Neófito e que continua a ser-lhe apresentado na carreira maçônica. Os maçons são enfaticamente chamados de “filhos da Luz”, porque são, ou pelo menos são julgados possuidores do verdadeiro sentido do Símbolo; ao passo que os profanos, os não Iniciados, que não receberam esse conhecimento, são, por uma expressão equivalente, considerados como estando nas trevas.”

São consideradas, na Maçonaria inglesa principalmente, dois tipos de “Luzes”: as Luzes Emblemáticas da Maçonaria e as Luzes Simbólicas da Loja.

As Luzes Emblemáticas se dividem em duas:
  • Luzes Maiores, que são a Bíblia, o Esquadro e o Compasso.
  • Luzes Menores representado pelo Venerável Mestre, pelo Primeiro Vigilante e pelo Segundo Vigilante.
As Luzes Simbólicas da Loja são as velas, ou lâmpadas, que são acessas durante as Lojas:
  • Três para o grau de Aprendiz (uma no Oriente, uma no Ocidente e outra no Meio-Dia),
  • Cinco para o grau de Companheiro (três no Oriente, uma no Ocidente e uma no Meio-dia) e
  • Nove para o grau de Mestre (três no Oriente, três no Ocidente e três no Meio-Dia).

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

nº 23 - Aprendiz pode falar em Loja?


É sabido que, em muitas Lojas por nós conhecidas, os Aprendizes estão proibidos de se manifestarem na “Palavra ao Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular”.

Não é o caso, felizmente, dos Aprendizes pertencentes às Lojas da Associação Beneficente Barão de Mauá - ABBM.

Mas, para sabermos o que é correto, referente a esse assunto, vamos recorrer mais uma vez, ao Mestre José Castellani, resumindo e usando nosso palavreado, o que nos diz, em seu livro “Consultório Maçônico – VIII”.

“...essa proibição não é constitucional nem regimental. Tradicionalmente, sabe-se que as sociedades iniciáticas, geralmente de cunho religioso, nas quais os Neófitos limitavam-se durante um certo tempo, a ouvir e a aprender.”

“Era o caso do Mitraismo persa – culto do deus Mitra, o Sol – que era composto de sete etapas; na primeira o neófito era o Corvo, por que o corvo, no Mitraismo, era o servo do Sol e porque ele pode imitar fala, mas não criar idéias próprias, sendo assim, mais um ouvinte, do que um participante ativo. Idem para as Escolas Pitagóricas, onde existiam três etapas: Ouvintes, Matemáticos e Físicos.”

“...em Maçonaria, todavia, não existe essa tradição, mas, sim, o Simbolismo. Ou seja, simbolicamente, o Aprendiz é uma criança, que não sabe falar, mas só soletrar. Isto é simbólico e não pode ser levado ao pé da letra. O Aprendiz pode e deve falar em assuntos inerentes ao seu Grau, ou nos que interessem a comunidade, de maneira geral.”

O assunto pode ter controvérsias, mas me parece que essa explanação do Mestre Castellani é bem razoável e muito “pé no chão”.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

nº 22 - Companheiro e Companonnage na Maçonaria


É sabido que, até o ano de 1738, quando houve a revisão da Constituição de Anderson feita em 1723, havia somente dois graus na Maçonaria: o Entered Apprentice (vide Pílula Maçônica nº 8) que é o nosso APRENDIZ e o Fellow Craft que é o nosso COMPANHEIRO.

O grau de Master, que é o nosso MESTRE, apareceu somente após 1738, como mencionado, inclusive com o aparecimento da Simbologia, Alegorias, Lendas, etc, que na fase Operativa da Maçonaria não existiam, mesmo porque nessa fase, a Maçonaria era muito ligada à Igreja Católica e isso não era permitido.

Por sua vez, o COMPANONNAGE, era uma Associação de Trabalhadores de uma mesma profissão que tinha, também, uma assistência mútua e era requisitada pelos Cavaleiros Templários, para construção e/ou reconstrução de suas fortalezas ( quem tiver oportunidade visite a fortaleza de Tomar em Portugal) e seus membros também eram chamados de “companheiros”.

E como escreveu nosso pranteado Mestre Ir.'. Castellani, no livro Cartilha do Companheiro”:

“...não se deve, todavia, confundir o Grau de Companheiro Maçom, com o Companonnage – associação de companheiros – surgido na Idade Média, em função direta das atividades da Ordem dos Templários... e existente até hoje, embora sem as mesmas finalidades da organização original, como ocorre, também, com a Maçonaria. O Companonnage foi criado porque os Templários necessitavam, em suas distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos; assim organizaram-nos de acordo com sua própria doutrina, dando-lhes um regulamento chamado Dever. E esses trabalhadores construíram formidáveis cidadelas no Oriente Médio e, lá, adquiriram os métodos de trabalho herdados da Antiquidade, os quais lhes permitiram construir, no Ocidente, as obras de arte, os edifícios públicos e os templos góticos, que tanto tem maravilhado, esteticamente, a Humanidade”.