sexta-feira, 30 de outubro de 2009

nº 53 - As Duas Colunas Externas dos Templos


Desde as épocas mais remotas da Civilização, a mente humana se volta para os “deuses” na procura de esclarecimentos e auxílio divino para a vida cotidiana.

Temerosos e, consequentemente, devotos, os primitivos ofertavam comidas, objetos e sacrifícios para aplacar a ira dos “deuses” que se manifestava pela intempérie e animais selvagens. O local onde eles faziam essas oferendas era “solo sagrado”, provavelmente, num recanto sombrio de uma floresta, e só os mais “esclarecidos” podiam fazê-las.

Com a evolução e certa estabilidade, o ser humano rudimentar tornou-se observador do céu e do horizonte. E ele começou a perceber que o Sol (sem dúvidas um dos deuses) nem sempre sumia no horizonte no mesmo local. Percebeu que o Sol se deslocava para a direita por um determinado tempo. Parava por um período e retrocedia no sentido contrário e parava novamente, agora no lado oposto. E repetia tudo novamente.

Percebeu, também, que a claridade (horas de sol) variava com esse deslocamento. E, mais importante, associou o tempo frio, a neve, a alta temperatura, as chuvas, etc com esse deslocamento, e com a melhor época de plantio, de enchente dos rios, etc.

Com isso, o “solo sagrado” foi deslocado para o cume de um pequeno monte, onde o sacerdote podia observar o horizonte e verificar onde o Sol estava se pondo e fazer seus presságios dos sinais observados. Para melhor controle, os sacerdotes colocaram nos dois extremos atingidos pelo Sol, duas estacas, que posteriormente se transformaram em colunas.

O “solo sagrado”, agora fixo num determinado local, recebeu para melhor proteção dos sacerdotes (augures) uma cobertura, e posteriormente, paredes feitas de pedras, transformando-se num Templo do passado.

Devo esclarecer que a palavra Templum vem do latim e era a denominação dada a essa faixa do horizonte, entre as duas colunas, onde as adivinhações eram feitas. O Sacerdote contemplava aquela região e tirava as conclusões.

Com o passar dos tempos, os Templos, locais agora onde os adoradores iam rezar e fazer suas oferendas, mantinham na frente, na parte externa, as duas colunas. Virou tradição. Todos os Templos construídos, mesmo sem saber o “por que” daquilo, tinham que ter as duas colunas.

Hoje nós sabemos que o deslocamento do Sol é aparente (quem se desloca é a Terra) e os pontos assinalados pelas estacas são os Solstícios (de Inverno e de Verão) e o meio deles assinala o Equinócio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

nº 52 - Lembrando aos Aprendizes que...


Trono e Altar são coisas diferentes.
Trono é uma cadeira ou poltrona, normalmente num nível elevado, onde o Venerável Mestre da Loja senta.
Altar é uma mesa, ou pedestal quadrado, onde são realizadas certas cerimônias. O Altar do Venerável Mestre (ou de Salomão) fica em frente do Trono. É onde fica a Espada Flamígera, o castiçal para três velas e onde, antigamente, eram feitos alguns juramentos.
Sólio é sinônimo de trono.

Existem três tipos de Altares no Templo (R.´.E.´.A.´.A.´.): Altar do Venerável Mestre, Altar dos Juramentos e o Altar dos Perfumes. Os Vigilantes não têm altares. Eles têm mesas, sem a mínima necessidade de serem triangulares, comumente encontradas nos nossos Templos.

Telhar e Trolhar são coisas totalmente diversas.
Trolhar, na Maçonaria, é alisar as asperezas, aparar as diferenças entre os Obreiros. A Trolha, que é uma “colher de pedreiro”, é usada para alisar a argamassa.
Telhar, na Maçonaria, é verificar, através de perguntas, se uma pessoa é realmente Maçom e se está no Grau requerido. Ou para verificar se um Maçom está inteirado de conhecimentos num determinado Grau.

Cobrir o Templo é protegê-lo de tal forma que, pessoas que estão fora não saibam o que está ocorrendo dentro dele. É um erro crasso pedir aos Aprendizes, ou Companheiros, ou Mestres, cobrirem o templo temporariamente. O Templo é que será coberto para eles. Ou seja, eles não saberão o que ocorrerá dentro desse Templo, num determinado período de tempo. Quem cobre o Templo é o Cobridor Externo.

No local onde está escrito (inclusive em alguns rituais), referindo-se ao Salmo 133: ... como o orvalho de Hermon, que desce sobre..., está errado! Hermon não é um tipo de orvalho. Hermon é uma montanha que produz orvalho nas suas encostas. Portanto, o correto é: “... como o orvalho do Hermon, que desce sobre...”.

Aclamação é aprovar, saudar, através de brados. Diferente, portanto, de exclamação.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

nº 51 - Os Três Pontos


A data de 1717 é tida como a divisória entre a Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa. Houve, nesta última, a partir dessa data, um incremento na Ritualística com novos eventos na Iniciação e nos demais acontecimentos.

Essa Ritualística tinha sua “fala” decorada e era proibido fazer cópias manuscritas. Com o passar dos anos, houve uma perda do controle e começaram a aparecer cópias no ambiente maçônico do mundo todo.

Para dificultar o entendimento, caso essas cópias caíssem em mãos de profanos, as palavras foram abreviadas. Essa supressão de fonema ou de sílaba no final da palavra denomina-se “APOCOPE”.

Esse sistema era, e é ainda, usado também em documentos transferidos entre Potências Maçônicas. Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália essa abreviação é feita por um ponto, somente. Na França, e paises da América Latina, que é o caso do Brasil, a abreviação é tripontuada.

Nos países onde houve influencia da Maçonaria Francesa, é comum colocar os três pontos no final da assinatura, ou entremeados na mesma. Não se sabe bem o motivo de tal comportamento. Provavelmente, uma maneira, não oficial, de reconhecimento entre Maçons.

O conjunto de três pontos não é um Símbolo e nem representa nada na Maçonaria, e é usado somente em alguns países. Mesmo assim, não faltaram Maçons de mente fértil que inventaram representações para eles como o Delta Sagrado, as Três Luzes da Loja, etc, etc. Mackey em sua Enciclopédia deixa isso bem claro: “não é um Símbolo; simplesmente uma abreviatura. Qualquer coisa fora desse sentido é futilidade”.