domingo, 24 de abril de 2011

nº 100 - Atersata


Atersata, palavra muitas vezes escrita de forma errada como “artezata”, ou “aterzata”, é de dificil localização nos dicionários maçônicos em geral (tanto nos nacionais como nos escritos na lingua inglesa). Na língua inglesa é escrito como “athersada”.

É uma palavra de origem Persa, com o significado de “mão forte, mão poderosa”. Obviamente, a tradução com significado mais objetivo é: “o Governador que dirige com total poder, com mão forte!”.

Na verdade, esse nome encontrado na Biblia (Septuaginta) é o nome dada ao Governador Persa de Jerusalém que acompanhou Zorobabel e Nehemias (vide “Esdras” II. 63; “Nehemias” VII. 65-70, descritos abaixo).

E o Atersata proibiu-os de comer coisas sagradas, até que conseguissem encontrar um sacerdote...
Por isto tudo, fizemos uma aliança sagrada... pelos nossos sacerdotes. Estes foram os que assinaram: Neemias, o Atersata, filho de Helquias...

Na Ordem de Heredom de Kilwinning, este era o nome do chefe supremo dessa Ordem. E, na Maçonaria Francesa e na Brasileira, entre outras, é o nome do presidente do “Sublime Capítulo Rosacruz” do Rito Escocês Antigo e Aceito, na divisão que vai do 15º ao 18º Grau.

Em 586 a.C, Judá, a remanescente e importante cidade do grupo das 12 tribos dos Hebreus (cisma de 921 a.C.), foi conquistada e destruida por Nabudonossor II, chefe dos Babilônios. Nessa época, o primeiro Templo, o de Salomão, construido em 980 a.C, foi totalmente destruido e todos os hebreus foram levados, cativos, para o exílio na Babilônia.

Posteriormente, em 538 a.C. a Babilônia foi conquistada por Ciro, o Grande, que, diferente dos demais conquistadores, dava liberdade religiosa e de costumes, aos povos conquistados. Dessa forma, os hebreus tiveram permissão de retornarem a sua terra.

Depois disso é que todos os hebreus começaram a serem chamados de judeus”, o que anteriormente, era usado somente para os pertencentes aos nascidos em Judá.

O titulo de Atersata foi recebido por Neemias dado pelo Rei da Persia, provavelmente Dario III, a quem servia, para ser o Governador da nova Judéia.

Após o retorno dos judeus o segundo Templo foi construido, denominado de templo de Zorobabel.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

nº 99 - Quem foi Leo Taxil?


Qual era a ligação de Leo Taxil com a Maçonaria, na Europa?

Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo de Leo Taxil, foi educado por Jesuítas e mais tarde se juntou a Maçonaria. Posteriormente, ele pediu demissão e retornou para a fé católica. Começou a escrever contra a Maçonaria dizendo que a mesma praticava cultos satânicos, acentuando a discordância entre esta última e o Clero.

De 1885 a 1897 ele publicou muitos livros anti-maçônicos e durante esse período perpetrou uma fraude enorme sobre a Igreja Católica Romana, que na época não se apercebeu de suas intenções. Essas suas atividades anti-maçônicas, eram altamente rentáveis para ele, financeiramente.

Além de seus livros anti-maçônicos, conseguiu ser recebido em audiência solene pelo Papa Leão XIII. Qualquer sugestão de ser um trote de Leo Taxil, era rebatida e compensada pelos depoimentos de altas autoridades da Igreja.

Seu esforço e embuste supremo foi a invenção de uma mulher "Diana Vaughan" acusada de ter nascido em 1874 como a filha do "Satã". Diana Vaughan, não existia, mas, através dele, foi uma escritora prolífica sobre assuntos anti-maçônico e recebeu grande publicidade e elogios entusiasmados dos chefes da Igreja Católica.

Esse assunto foi questionado no Congresso anti-maçônico realizada em Trient em 1896, e um comitê foi criado para determinar a veracidade do mesmo de uma vez por todas. Taxil produziu, falsamente, uma "fotografia" da Miss Vaughan na Conferência.

Eventualmente, em 1897, numa reunião convocada por ele em Paris, Taxil informou diante de um imenso público, que ele havia conseguido perpetrar o maior embuste dos tempos modernos; que Diana Vaughan nunca havia existido e que, por 12 anos ele tinha enganado a Igreja Católica Romana, da maneira mais flagrante. Quase foi linchado e fugiu com proteção da polícia local.

De tempos em tempos, aparecem livros antimaçônicos, inspirados nas idiotices de Leo Taxil, ou de outro autor inspirado por ele.

Na Maçonaria norte americana, igrejas fundamentalistas encontram, nesses livros, material para suas campanhas..

Toda a história é completamente fantástica, existe em diversos livros, e vale a pena ser lida em detalhes.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

nº 98 - A Instalação – Mestre Instalado


Nas Lojas Simbólicas de diversos Ritos é comum, principalmente no R.E.A.A, o Primeiro Vigilante ser o substituto imediato do Venerável Mestre, como dirigente administrativo da Loja. Muitas Lojas possuem Regimento Interno, no qual esse item se torna obrigatório.

No caso de uma substituição, na ausência do Venerável Mestre em Loja, o Primeiro Vigilante pode tomar as medidas necessárias ao bom andamento da mesma, só não podendo Iniciar, Elevar ou Exaltar novos Obreiros.

Ou seja, ele não pode proceder à sagração. Este termo, sagração, de acordo com Mestre Castellani – “é conferir a dignidade do grau, dos novos Aprendizes, Companheiros e Mestres”. Esse ato é privativo do Mestre Instalado!

A Instalação é simplesmente a tomada de posse do cargo de Venerável Mestre de uma determinada Loja (ver também Pilula Maçônica nº73). Essa tomada de posse pode, ou não, ser acompanhada de Cerimonial de Instalação. Essa cerimônia é típica do “Emulation Ritual”, da Inglaterra, e foi adotada em outros Ritos como o Escocês, o Adoniramita, o Moderno e outros, no mundo todo.

Sobre esse assunto, Mestre Castellani publicou, em 1994, “O Mestre Instalado” na revista a “A TROLHA” nº 94, pag 34, que deixa claro esse assunto, conforme o que segue abaixo:

“a Cerimônia de Instalação de Veneráveis Mestres, com uma ritualística específica, é própria do Ritual de Emulação, sendo inexistente, inicialmente, nos demais Ritos, embora acabasse sendo, posteriormente imitada. Em nosso país, primeiro em 1928 – no âmbito das Grandes Lojas brasileiras, oriundas da dissidência de 1927 – e, posteriormente no Grande Oriente do Brasil (GOB). Neste, essa cerimônia surgiu com a impressão de um Ritual de Instalação, em 1967, na gestão do Grão Mestre Álvaro Palmeira. Esse Ritual seria herdado pelos Grandes Orientes Autônomos, surgidos da dissidência de 1973, no Grande Oriente do Brasil.”

Hoje, essa cerimônia é adotada no mundo maçônico e, ser “Mestre Instalado”, deve ser o principal sonho de todo e qualquer Mestre.

Talvez seja, ao meu ver, mais importante que a obtenção dos Altos Graus, pois este último é uma conquista, dependendo muito do passar do tempo e de vários fatores. Ser Mestre Instalado é uma realização que depende muito de seu esforço, liderança, comprometimento e aceitação dos Obreiros de sua Loja!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

nº 97 - Elo de Ligação


Tempos atrás, o Irmão Ronaldo Teixeira Pinto, da Loja Jacques de Molay, levantou um assunto interessante: qual o elo de ligação entre a Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa?

Aparentemente, a resposta é: a necessidade de sobrevivência da Ordem. Mas para sobreviver, é necessário que haja crescimento. Esse crescimento foi gerado pelo “Interesse”.

Vou tecer algumas considerações, expostas abaixo, para no final esclarecer o que vem a ser esse “interesse”.
  • A Francomaçonaria possuiu dois ramos principais, bem distintos quando à origem e ao comportamento. O ramo Inglês e o Francês. A Francomaçonaria Brasileira, e as demais da América do Sul, são de origem francesa. Na Austrália, EUA e Nova Zelandia a origem é inglesa.
  • Na Inglaterra, a idéia de uma sociedade obreira declinava pouco a pouco, e reencontrou força e vigor graças ao acrescentamento de elementos novos, encontrados, antes de tudo na burguesia e nas profissões liberais e, posteriormente na nobreza e realeza. Aos primeiros, essa nova organização, oriunda de uma guilda quase moribunda de ofícios, estendia seus fins e sua influência, dando-lhes um novo aval entre os homens de condição social mais elevada.
  • Na França, diferentemente do exposto acima, o povo começava a despertar para idéias novas (muitas emprestadas da Inglaterra) e preparava sua Revolução, enquanto a Inglaterra já fizera a sua e decapitara seus reis. Submetera a Igreja ao Estado, e aspirava repouso.
  • Desse modo, enquanto a Lojas Inglesas reuniam, de maneira geral, pessoas extremamente respeitáveis, ponderadas, cultivando cuidadosamente, com submissão, as leis do reino e as leis da natureza, as Lojas Francesas abrigavam, sob a Lei do Silencio, tudo quanto o reino podia conter de hermetistas, alquimistas, “filósofos” e “iluminados”. Desse modo, a Loja tornou-se a veste que lhes permitiu passar despercebida – e, em seguida, ficar ao abrigo das perseguições do poder real e do poder religioso – uma sociedade frívola que dança inconscientemente seus últimos minuetos, quando a casa, já rachada, começou a desmoronar. (Marius Lebage).
Aparentemente, o “elo’ de ligação entre a Maçonaria Operativa e Especulativa, denomina-se ’interesse” no sentido mais amplo da palavra.

Na Inglaterra: INTERESSE em contatar, e se misturar com pessoas da alta sociedade e se sentir no mesmo nível, característica da Maçonaria mundial.

Na França: INTERESSE em se ter base camuflada para contestar a Igreja e o governo, e ter local para expressar livremente seus pensamentos.