A Idade Média, que vai do Século V ao Século XV, da nossa era, teve um período conhecido como Era do Obscurantismo, que apesar do nome, teve um desenvolvimento na agricultura, no comércio e na vida urbana. As cidades se desenvolveram, principalmente no final da Idade Média, e isso fez com que um grande número de artífices a elas se dirigisse e se associasse, formando primeiramente as Guildas e depois as Corporações de Oficio.
Conforme nos esclarece o Ir.: Joaquim R. P. Cortez, em “Maçonaria, Origem, Teoria e Prática”, a definição de Feudo seria:
“Um marco tradicional nesse período, é a concentração de algumas atividades dentro e nas proximidades de um castelo. Estes são geralmente de pedras, bastante fortificados, empoleirados nos altos de um morro para permitir uma visão privilegiada de seus arredores, muitas vezes cercados por um fosso e pertencentes a um senhor local. Neles se concentram todos os materiais necessários à guerra ou à sua própria defesa. Temos, então, perfeitamente delineado o feudo, com o seu senhor, o seu castelo e sua área de dominio.
À volta desses lugares fortificados, e que se tornaram pontos de referência, passou a se acumular um agrupamento humano que prestava serviços ao castelo. Esses foram os primeiros núcleos de formação das cidades. Com a derrocada do Feudalismo, houve um constante deslocamento das populações, que se viram livres dos trabalhos nos campos, para as aglomerações urbanas que passaram a experimentar uma época de grande crescimento.”
A pesquisadora Anne Fremantle nos esclarece no seu livro “A Idade da Fé”:
“Cresciam as cidades e cresciam as Guildas, que eram associações formadas pelos comerciantes e artesãos. O diretório das Guildas, escolhido por eleição, esforçava-se para manter a boa qualidade e preços dos produtos locais. Uma prova do seu crescente poder pode ser dada, por exemplo, pelo monopólio usufruído pelos tintureiros de Derby, na Inglaterra, onde ninguém podia tingir panos até a distância de dez léguas de Derby, senão em Derby.”
Durante o decorrer da Idade Média, as Guildas foram evoluindo passando para Corporações de Mercadores, posteriormente para Corporações de Artífices e, nos primórdios do Renascimento, transformou-se em Corporações de Oficio. O pesquisador Edward McNall Burns em “História da Civilização Oriental”, nos deixa bem claro esses eventos, relatando o segue abaixo.
“Tanto as Corporações de Ofício como as de Mercadores, desempenhavam outras funções, além das relacionadas diretamente com a produção ou o comércio. Desempenhavam o papel de associações religiosas, sociedades beneficentes e clubes sociais. Cada corporação tinha seu santo padroeiro e seus membros comemoravam juntos os principais dias santificados e festas da igreja. Com a secularização gradual do teatro, as representações de milagres e mistérios (*) foram transferidas para a feira e as corporações assumiram o encargo de apresenta-las. Além disso, cada organização acudia as necessidades de seus membros que adoecessem ou se encontrassem em dificuldades de qualquer espécie. Destinavam fundos a socorrer viúvas e órfãos. Um membro que já não fosse capaz de trabalhar ou tivesse sido posto na prisão pelos seus inimigos, poderia contar com os colegas para ajuda-lo. Até as dívidas de um confrade sem sorte poderiam ser assumidas pela corporação se fosse sério o estado de suas finanças.”
E, resumindo o que nos diz o Ir.: Joaquim R. P. Cortez sobre a origem da Maçonaria Operativa, no seu livro a “Maçonaria Escocesa” pgs. 35-36 - Editora Trolha, do qual esta Pilula foi extraida:
Nos diz que, no final da Idade Média, as Corporações de Oficio já estavam bastante evoluidas e cumpriam todas as suas finalidades e haviam diversas Corporações de Oficio. A associação dessas Corporações poderia ter gerado a Maçonaria Operativa, crescendo e se aperfeiçoando com o passar do tempo.
Qualquer outro ponto de origem da Maçonaria, fora das Corporações de Oficio, ao final da Idade Média, será, sem duvidas, mera suposição ou puramente lendário.
(*) mistérios - vide Pílula Maçônica nº 10 sobre este assunto.