segunda-feira, 9 de abril de 2012

nº 135 - Abobada de Aço


Abobada de Aço, também conhecida como “Abobada de Espadas” é, no Rito Escocês Antigo e Aceito, a fileira (cobertura) de honra formada por uma série de espadas erguidas e cruzadas sobre a cabeça de um dignitário, acompanhado de palmas e/ou “malhetes batendo”, quando de sua entrada no Templo Maçônico, para participar de uma Loja. Esse costume não é de origem maçônica. Foi introduzido no século XVIII, imitando cerimonial de certas Ordens nobres militares da Cavalaria

O seu caráter militar inspira-se no costume, quando do casamento de um oficial, de formar uma abobada de espadas acima do casal na saída da igreja (Alec Mellor).

A “Abobada de Aço” tem um simbolismo eloqüente. Por ela, os Maçons indicam que põem a sua força e serviço de quem honram com este cerimonial e o teto formado pelas espadas cruzadas simboliza a proteção oferecida (Nicola Aslan).

Devo lembrar, como complementação, que o Pavilhão Nacional é a maior autoridade dentro de uma Loja Maçônica, mas não devemos, jamais, formar a Abobada de Aço.

A Bandeira Nacional tem presença obrigatória nos Templos Maçônicos em todas as Sessões Magnas. (Art. 1º - Dec. nº 0084 de 19/11/97 - GOB) e, portanto, devemos lhe prestar as honras previstas em nossa legislação.

O Pavilhão Nacional será introduzido no recinto do Templo, após a entrada da mais alta autoridade Maçônica presente à Sessão. Após o ingresso da Bandeira, ninguém mais entrará com formalidades, nem mesmo o Grão-Mestre Geral.

De acordo com RGF – GOB, a Bandeira será recebida por uma Comissão composta de 13 (treze) IIr.'.MM.'.MM.'., armados de Espadas e munidos de Estrelas (vide pílula nº112), e de uma Guarda de Honra, munida de Espadas, de três membros.

Estando tudo devidamente preparado, o M.'.CCer.'. faz com que primeiramente entre a Comissão de treze membros, em fila dupla, ficando sete ao Norte e seis ao Sul, parados e voltados para o eixo central do Templo, à Ordem (espada no punho direito, na altura da cintura, ponta para cima), e Estrela na mão esquerda.

Após a execução do Hino Nacional, a Comissão de recepção ao Pavilhão, deverá fazer “Continência com a Espada” para a passagem da Bandeira. Essa continência é feita apontando a espada para baixo, do lado direito do corpo, formando um angulo de 45º em prolongamento com o braço direito, voltando o olhar para a Bandeira.

Após o término do Hino Nacional, o Porta. Bandeira , sempre com a Bandeira na posição vertical, rompe a marcha com sua guarda. A Comissão de treze membros deverá acompanhar com o olhar, a passagem da Bandeira, e quando esta passar pelo último membro, todos ao mesmo tempo, voltam à Ordem com a espada.

M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 25 de março de 2012

nº 134 - Discussão Política e Religiosa


As discussões políticas e religiosas já tinham sido proibidas, anteriormente, dentro das lojas pelos estatutos de Anderson. Essas discussões são também proibidas na Maçonaria contemporânea com o mesmo rigor.

Essa proibição se concretizou em 1723 na Constituição de Anderson, onde, no Capítulo referente a “Deus e Religião” ficou estabelecido que as opiniões religiosas seriam particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que todos os homens concordam.

Isto, obviamente, era baseado na política dessa nova Grande Loja (fusão de 04 Lojas, ocorrida em 1717, em Londres) para evitar discussões religiosas e políticas, sendo estas os principais motivos de discórdia e destruição da harmonia na época.

Devemos observar que os maçons já tinham conhecimento, naqueles tempos, dos perigos apresentados nas discussões sobre religião e política. A Grande Loja foi formada, em Londres, logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o “Antigo Pretendente” (filho de James II). Opiniões políticas e religiosas eram conduzidas de modo duro e amargo, e a desunião entre os Whigs (Hanoverianos) e os Toris (Stuarts) era muito profunda. O primeiro grupo era, na maioria, Protestantes e o segundo grupo, Católicos Romanos.

Uma introdução de qualquer tendência na Política e/ou Religião na Francomaçonaria, naquele estágio, poderia ser desastrosa.

Além disso, a guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental a Fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas, filosóficas ou religiosas. Se optassem por uma das definições teológicas já existentes na época, estariam filiando a Maçonaria à instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam todos aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos de uma nova religião, e assim afastariam também os sinceros adeptos de todas as outras (Eleutério N. Conceição).

Os trabalhos no Tempo de Estudo, ou as Conferências, devem evitar esse assunto com cuidado e, por essa razão, o Venerável Mestre reserva-se o direito de proibi-las, se o assunto anunciado, sobre o qual deve estar informado, lhe parecer indesejável.

Até fora da Loja, essas discussões são proibidas, e admite-se que perguntar a um irmão quais são as suas opiniões políticas seja uma indiscrição. Aparentemente, nas Obediências irregulares, essa regra é violada de maneira permanente, e pode-se até dizer que as conferências “anti-religiosas’ constituem o essencial dos programas de certas lojas em que o velho anticlericalismo está longe de estar morto. (Alec Mellor – Dic. da Franco Maçonaria – pag. 105).

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 18 de março de 2012

nº 133 - As paredes vermelhas no Templo para R.E.A.A.


Temos sido questionados o “por que” das paredes dos Templos da Associação Beneficente Barão de Mauá serem na cor vermelha.

Isso deve-se ao fato de que a maioria das Lojas que usam nossos Templos praticam o REAA e é considerado correto, por nós, o uso dessa cor para esse Rito.

O Mestre Castellani durante trinta anos tentou fazer com que as Lojas que praticam esse Rito mudassem de azul para vermelho, pois essa é a cor do Rito.
Para esclarecer, veremos um pequeno resumo do que ele escreveu em alguns de seus livros:

“Assim se verá, por exemplo, que, COMO OCORRE EM TODO O MUNDO, o Templo Escocês tem suas paredes púrpuras, porque a cor do REAA é a vermelha... Em termos de cor do Rito – e, portanto, das paredes do Templo e da orla do Avental do Mestre Maçom – a mesma é especifica vermelha. Quando fui exaltado a Mestre em 1966, recebi meu avental de orla vermelha.

Lamentável é que o Grande Oriente do Brasil, que seguia a orientação mundial, tenha, posteriormente, seguido o erro das Grandes Lojas estaduais brasileiras (surgidas da cisão de 1927, no GOB) e “azulado” seus Templos Escoceses e seus Aventais.

Ocorre que as primeiras Grandes Lojas, surgidas naquele ano, tomaram, através de Mario Behring, como modelo, a Grande Loja de New York, onde, realmente , tudo é azul, esquecendo que lá funciona no Rito de York, QUE É REALMENTE AZUL.

Quem quiser comprovar o que digo, basta circular pelas Lojas da America do Sul, e irá ver as Lojas do Chile, Uruguai, Argentina, etc, na cor vermelha.”

Devo lembrar , também, que a origem do REAA foi na França, com influencia direta do Colégio Clermont, comandado pelo Alto Clero, Nobreza e pelos Jesuítas, cuja cor predileta é a cor vermelha.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

quinta-feira, 8 de março de 2012

Nº 132 - Esquadro


Qual o significado do instrumento “Esquadro” na Maçonaria?

O “Esquadro”, além de ser a Jóia do Venerável Mestre, é a segunda das “Três Grandes Luzes” que iluminam as Lojas. O primeiro é o “Livro da Lei”, e a terceira, o “Compasso”. Ele se associa com este último, suas partes entrecruzadas ou sobrepostas com as pernas do Compasso de maneira variável de acordo com o grau Simbólico em que funciona a Loja e com o Rito.

Simboliza a retidão moral, razão pela qual as suas partes são rígidas – daí a expressão “viver de acordo com o Esquadro”.

Vejam abaixo o que nos diz o Mestre Allec Mellor:

“várias tumbas de arquitetos da idade Média representam o Esquadro e o Compasso associados, mas com um significado puramente operativo. É o caso de se perguntar, contudo, se um significado mais esotérico já não aparecia no célebre esquadro de metal descoberto na ponte de Limerick (Baal's Bridge) na Irlanda, quando de sua reconstrução. Essa peça curiosa representa a data de 1517 e as seguintes palavras: “esforçar-me-ei para viver no amor e na solicitude. Na retidão, de acordo com o esquadro”.

Nada permite afirmar que se trata de uma falsificação. Admitindo-se, contudo, que a data de 1517 seja autentica, é excepcional encontrar o simbolismo do Esquadro num sentido tão inusitado na época. Apesar que, fora da Maçonaria, encontra-se esse Símbolo em outros simbolismos, inclusive na filosofia chinesa, com a mesma significação.

M.’.I.’. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 26 de fevereiro de 2012

nº 131 - OFICINA


OFICINA é o termo genérico que serve para designar todo e qualquer agrupamento maçônico: Loja, Capítulo, Conselho Filosófico, etc. Na linguagem corrente, todavia, a palavra tornou-se mais ou menos sinônimo da palavra “LOJA”.

Segundo Mestre Jules Boucher: “...foram assim designadas como lembrança das associações dos primeiros Maçons operativos, pois era nesse local que se reuniam aqueles que tinham “ofício””. 

Consultando, agora, Mestre Nicola Aslan, no Grande Dicionário Maçônico, temos:

“As Oficinas tomam várias denominações, de acordo com os graus que conferem aos seus membros. Assim, por exemplo, no R.E.A.A. que é o mais difundido no Brasil:

  • As Lojas Simbólicas que conferem os graus 1 a 3
  • As Lojas de Perfeição que conferem os graus 4 a 14
  • Os Capítulos que conferem os graus 15 a 18
  • Os Conselhos Kadosh que conferem os graus 19 a 30
  • Os Consistórios que conferem os graus 31 a 32
  • Os Supremos Conselhos que conferem o grau 33”
O Grau 01 consiste na grande “Iniciação” maçônica. Os Graus 02 e 03 conferem a plenitude Maçônica ao Iniciado.

Nos Altos Graus, do 04 ao 30, levam o Mestre Maçom para obtenção dos conhecimentos universais. Os graus 31, 32 e 33 são meramente administrativos (N. Aslan).

M.´.I.´.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

nº 130 - Prumo


Qual o significado do instrumento “Prumo” na Maçonaria?

O “Prumo” também conhecido como “Fio de Prumo” ou “Perpendicular” é a Jóia do Segundo Vigilante. Essa palavra foi extraída pela Maçonaria de diversas passagens da Bíblia. Inseparável do “Nível”, que é a Jóia do Primeiro Vigilante (vide Pílula Maçônica nº 129).

O primeiro representa a vertical hierárquica. O segundo, a igualdade. Os dois reúnem-se não “Esquadro”, que é a Jóia do Venerável Mestre.

Segundo Mestre Nicola Aslan, o Prumo, que é geralmente usado nas construções de alvenaria, é um pedaço de chumbo, devido sua alta densidade, suspenso por um cordel. Serve para comprovar se o que está sendo feito, está colocado ou não perpendicularmente ao horizonte.

Mestre Frau Abrines nos diz que: o Fio de Prumo, em Maçonaria, simboliza a atração e a Retidão que deve resplandecer em todos os juízos de um bom Maçom. É também o emblema da Justiça e da Equidade que devem ter todas as sentenças emanadas dos tribunais maçônicos.

De acordo com Ragon, o Prumo significa que o Maçom deve possuir tal Retidão de Julgamento que nenhum afeto, seja de interesse ou de família, deve desviar.

Para Mestre Gedalge, o Prumo é o emblema da pesquisa, em profundidade, da base e do equilíbrio. É também o Símbolo da profundeza do conhecimento e de uma retidão que previne todo desvio obliquo.

Desse modo, o Nível e o Prumo, nos permite a correta construção das muralhas do Templo simbólico, em que se emprega todo maçom, por isso o Prumo foi considerado o emblema da retidão da conduta.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

nº 129 - Nível


Qual é o significado do instrumento “Nível” na Maçonaria?

Como resposta, temos a dizer que o nível é o símbolo da igualdade, não somente entre os membros da Fraternidade, mas de toda a humanidade.

A Maçonaria ensina que o ser humano é fruto do Grande Arquiteto do Universo,  que todos os homens foram criados por Ele na sua natureza, com certos direitos inalienáveis de vida, liberdade, e o direito de ser feliz.

Isto  não significa, entretanto,  a  não consideração das distinções devido ao mérito, ou a graduação e posição pela virtude de dádiva especial ou treinamento ou perseverança.

Certamente, todos os homens são iguais na sua natureza, sujeito às mesmas enfermidades, tendo o mesmo amor divino, e como  evento derradeiro, a morte, seguindo as imutáveis leis de Deus.

Mas alguns homens, pela disciplina, treinamento e o uso próprio de dons e  inteligência, fornecidos pela natureza, escala um ou vários degraus acima do nível comum.

Desse modo, a  esta  igualdade  maçônica está sujeito o personagem mais poderoso e elevado, como o mais humilde dos iniciados,  que não se distingue por outro título senão o de  “Irmão”.  Como  foi dito, o  que pode distinguir  os Maçons e conduzi-los aos altos cargos é o mérito e também as virtudes e o talento,  que é a base das democracias (N. Aslan).

O Nível lembra ao  Maçom  que todas as coisas devem ser consideradas com serenidade igual, e o seu simbolismo tem como corolário noções de medida, imparcialidade, tolerância e igualdade, como também o 
correto emprego dos conhecimentos (Ragon).

M.´.I.´.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017  

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

nº 128 - Pelicano


Pelicano é uma ave aquática, grande, palmípede de bico longo e chato, com largo “papo” abaixo da mandíbula inferior, com fácil regurgitar. Segundo Mestre Mackey, em sua Enciclopédia da Maçonaria, na antiga seita cristã, o Pelicano era considerado o símbolo do Salvador. Isso devido antiga lenda que relata que essa ave dilacerando o peito, derrama seu sangue para seus filhotes.

A Igreja fez dele um símbolo, no qual ele assemelhava-se ao Salvador, derramando seu sangue por Ela (Igreja) e pela humanidade. Por associação de idéias, a Maçonaria fez do Pelicano algo semelhante: simbolizou-o como sendo a Maçonaria que derrama seus conhecimentos para seus Obreiros.

Dessa interpretação teológica, segundo Mestre N. Aslan, os místicos aplicaram outro significado considerando o Pelicano como o símbolo do próprio sacrifício que, posteriormente, se reflete em boas ações, como bônus do realizado.

Não é de se estranhar, portanto, que a Maçonaria nos seus Altos Graus (REAA) tenha adotado o Pelicano como Símbolo para o Grau de Cavaleiro Rosa-Cruz, grau eminentemente cristão.

O Pelicano é sempre representado no momento em que abre suas entranhas para alimentar seus filhotes. Por isso, na ‘jóia” dos Cavaleiros Templários, ele é visto embaixo da Rosa-Cruz e do Compasso, que apóia as suas pontas sobre o quarto de círculo que sustenta seu ninho (Alec Mellor).

É considerado, também, o Símbolo da Caridade e do amor Materno (N. Aslan). Muitas outras interpretações simbólicas foram realizadas, principalmente pela Igreja católica, fazendo comparações com Jesus Cristo, mostrando mais uma vez que o pensamento do ser humano é livre e não tem limites.

M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

nº 127 - Profano


Como já foi mencionado em outra Pílula Maçônica (vide Pílula nº 53 – Colunas do Templo) o termo “Templo”, que, entre outras definições, é o local onde as Lojas Maçônicas se reúnem, vem do Latim “templum”, que significa horizonte. Como foi explicado, os augures contemplavam o horizonte (templum) para fazerem suas predições sobre o futuro, referente às condições climáticas, tempo de colher, templo de plantar, etc.

No local onde eles faziam essas predições, sempre no mesmo lugar e geralmente em cima de uma colina, foram erigidas paredes e teto, para protegê-los contra as intempéries. O interessante é que essa construção é que começou a ser chamada de “Templo”, pois era dali que o horizonte (templum, em latim) era observado.

Referente ao “Profano”, sabemos também que em latim, o termo “fanum” é que define a construção onde as religiões praticam seus cultos e é onde a Maçonaria reúne suas Lojas. É sinônimo de igreja, santuário, etc.

O termo “pro”, tem o significado de “estar fora”. Portanto, nas religiões, “profano” é a definição de quem não pertence à comunidade religiosa, de quem não foi Iniciado, batizado, etc.

Na nomenclatura Maçônica, um “profano” é a pessoa fora da Fraternidade; um não-Maçom. É dito também que, o mundo profano é o mundo fora das Lojas, ou seja, fora do ambiente Maçônico.

Recapitulando: na língua portuguesa o termo “Templo”, que é a construção onde os Maçons se reúnem, vem da palavra “templum” que define o horizonte. E, em latim, para essa mesma construção, o termo que a define, é “fanum”. Portanto, “pro-fanum” fora do templo, gerou “profano”.

M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

nº 126 - Escultura de Moisés, Florença


Em Florença existe uma escultura de “Moisés”, feita por Michelangelo Buonarotti, o maior escultor em mármore até hoje conhecido.

Buonarotti era um gênio nas artes e essa escultura nos deixa curioso, pois a figura de Moisés ali representada mostra duas saliências na parte superior/posterior da cabeça, como se fossem dois chifres ou cornos.

Impossível Buonarotti ter errado!

Muitas explicações foram dadas para tal fato, mas a mais plausível é dada abaixo.

Quando São Jerônimo, a pedido do Papa Damaso, fez a tradução da Bíblia para o Latim (Vulgata), na passagem de um trecho do “Exôdo”, o mesmo cometeu um erro na tradução de uma palavra. O correto seria: “a face irradiada de Luz” foi traduzida como “a face tinha dois chifres (cornos)”.

Tudo indica que uma das palavras em hebraico tinha dois significados. Aparentemente, São Jerônimo pegou o significado errado para tal tradução.

Como na época, ninguém estava a “altura” para questionar São Jerônimo, ou seja, questionar a própria igreja Católica, o Moisés ganhou, nessa escultura, feita de acordo com a Sagrada Escritura, um par de chifres na cabeça.

M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

nº 125 - O Balandrau e o Terno Preto


O Balandrau é uma vestimenta com tecido na cor preta, com mangas, fechada até o pescoço e é talar, ou seja, cobre até o nível do tornozelo (calcanhar). É muito semelhante à “batina” dos eclesiásticos da Igreja Católica Romana.

A origem é muito antiga, pois há evidencias de uso pelos membros do “Collegia Fabrorum” que era um grupo de pessoas que acompanhavam as guarnições romanas, no século VI a.C. e que reparava e reconstruía o que era destruído e danificado nas conquistas.

Posteriormente, foi usada pelos membros das “Associações Monásticas”, possivelmente herdeira de muitos ensinamentos do “Collegia Fabrorum”.

Segundo Mestre Nicola Aslan, nos parece que o uso do Balandrau é uma peculiaridade da Maçonaria brasileira, pois nenhum autor, fora do Brasil, se refere a ele como indumentária maçônica. Tudo indica que o uso do Balandrau remonta à ultima metade do século XIX, tendo sido introduzido na Maçonaria pelos Irmãos que faziam parte, ao mesmo tempo, de Lojas maçônicas e de Irmandades Católicas, Irmãos estes que foram o pivô da famigerada “Questão Religiosa”, suscitada no Brasil em 1872.

Aparentemente, essa vestimenta foi adotada pelos maçons brasileiros como substituto barato e mais confortável do traje a rigor preto, sem objeção por parte das altas autoridades maçônicas. Assim, o uso do balandrau não foi aprovado nem desaprovado, foi simplesmente tolerado, não constituindo, portanto, um traje litúrgico (N. Aslan).

Entretanto, não podemos esquecer que, no REAA, o “Ir. Terrível” usa um Balandrau com um capuz, também preto, a fim de não ser reconhecido pelos Neófitos.

Referente ao Terno preto, camisa branca e gravata preta (REAA) vamos buscar as informações nos livros do Mestre Castellani: “na verdade é usado um “parelho” indumentária composta de duas peças (paletó e calças) e, não de um “terno” composta de três peças (paletó, calças e colete)”.

Segundo ele, o uso dessa indumentária é devido, no Brasil, a majoritária formação católica dos maçons brasileiros, que não se desligaram, pelo menos até agora, do “traje de missa”, transformando as reuniões em verdadeiras convenções de agentes funerários.

Lembra ele que, o traje Maçônico é o AVENTAL. Em outras partes do mundo, principalmente em regiões quentes, os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas portando, evidentemente, o Avental. E trabalham muito bem, pois a consciência do maçom não está no seu traje. Como diz a velha sabedoria popular: “o hábito não faz o monge”.

Discutir tipo de traje a ser usado (com exceção do Avental) é algo que não leva a nada, pois o traje masculino sofre variações através dos tempos e, inclusive, varia, de povo para povo, na mesma época.

A própria Igreja, que é bastante conservadora, já abandonou certas exigências. A Maçonaria, por ser evolutiva e progressista deveria ir pelo mesmo caminho. O balandrau, como roupa decente, poderia, se quisessem, uniformizar o traje, o que é, também, uma maneira de mostrar a igualdade maçônica (J. Castellani).

M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

nº 124 - Tronco de Solidariedade


Tem também a denominação de Tronco de Beneficência, dos Pobres, da Viúva, etc. É o nome que se aplica à bolsa, saco ou sacola que circula na Loja e na qual se recolhe o óbolo dos maçons presentes. É realizado pelo Irmão Hospitaleiro antes do término da sessão.

O termo “Tronco” é um galicismo (palavra importada diretamente do Francês) e essa palavra francesa “TRONC” tem dois significados: tronco, propriamente dito, como tronco do corpo humano, tronco de árvore, tronco ferroviário, tronco familiar, etc. E é, também, a “caixa de esmolas” colocada na entrada das igrejas. Na verdade é uma caixa com uma fenda onde são colocadas as esmolas, e nela, normalmente está escrita a palavra “tronc”.

Obviamente, é com esse significado que essa palavra é usada na Maçonaria.

Isso mostra, mais uma vez, que a influencia da Maçonaria francesa no Brasil. Portanto, só existe circulação do Tronco nos Ritos de origem francesa, como é o caso do REAA, o Moderno e o Adonhiramita.

Os Ritos de origem inglesa não possuem a circulação do Tronco de Beneficência.


M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 11 de dezembro de 2011

nº 123 - Rosa – Cruz e a Maçonaria


O pessoal mais antigo da Maçonaria é frequentemente questionado pelos maçons mais jovens, sobre a ligação entre a Maçonaria e o Rosacrucianismo.

A pergunta mais freqüente é se a Rosa-Cruz nasceu na Maçonaria, ou vice versa. Se têm muita coisa em comum, etc.

Na verdade elas são instituições totalmente diferentes, com origens diferentes.

É difícil dizer que não tem nada em comum, pois a Maçonaria tem uma parte “mística”, apesar da Maçonaria Especulativa, atual, ser uma construtora social, atuando no terreno político-social. Por sua vez, a Rosa-Cruz é uma instituição muito “mística”, num sincretismo de diversas correntes filosófico-religiosas: desde alquimia, gnosticismo cristão, cabalismo judaico até o hermetismo egípcio (Castellani).

Sobre a origem da Maçonaria já foi falado em diversas Pílulas anteriores.

Quanto a origem do Rosa-Cruz, apesar de alguns escritores ufanistas, dizerem que essa Instituição nasceu no Egito antigo, escritores sérios, com documentos concretos, como Frederico Guilherme Costa, demonstram que, na verdade, ela nasceu na Idade Média.

No livro “Maçonaria Dissecada” o escritor citado, nos diz que a primeira menção histórica da Rosa-Cruz, data de 1614, quando apareceu o documento “Fama Fraternitatis”, relatando as fantásticas viagens pela Arábia, Egito, Marrocos feitas pelo germânico Christian Rosen Kreuz.

Nesses países, adquiriu seus conhecimentos místicos e que foram, posteriormente, espalhados pelos quatro cantos do mundo, através de seus seguidores.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

terça-feira, 29 de novembro de 2011

nº 122 - O Delta Sagrado


Por definição, segundo o dicionário Aurélio, “Delta” é a quarta letra do alfabeto grego, correspondente ao nosso D, e que tem a forma de um triangulo isósceles (os três lados iguais). É também, por semelhança, a foz, caracterizada pela presença de ilhas de aluvião, geralmente de configuração triangular, assentadas à embocadura de um rio, e que forma canais até o mar.

Na Maçonaria, no Oriente de uma Loja, por cima do Trono do Venerável Mestre, brilha o Delta Sagrado, normalmente, com o “Olho Divino” no centro. É o símbolo do Poder Supremo e também do primeiro princípio – ONISCIÊNCIA - que é a suprema realidade, em seus três lados, ou qualidades primordiais que o definem. De ambos os lados do Delta, que representa a Verdadeira Luz, a Luz da Realidade Transcendente, aparecem o Sol e a Lua, os dois luminares visíveis e reflexos dessa luz invisível, que ilumina a Terra, e que, simbolicamente, representam as luzes: intelectual e a moral (Nicola Aslan).

O Delta é um dos mais importantes símbolos maçônicos. No Templo Maçônico, como dito acima, ele fica atrás do trono do Venerável Mestre e deverá ficar numa altura tal que sua visão não seja obstruída pelo Venerável quando este estiver de pé.

Ele é tão importante que quando um maçom cruza a Linha do Equador num Templo Maçônico, ele faz uma leve saudação ao Delta (muitos pensam, erradamente, que a saudação é feita ao Venerável Mestre – ver Pílula Maçônica nº 121).

Muitas vezes é colocado, em menor tamanho, na parte frontal externa do Dossel.

Nos Ritos teistas (Adoniramita, Escocês, etc) o Delta representa a presença da Divindade e, normalmente, no seu interior são colocados símbolos representativos, tais como a letra hebraica iod”, ou mesmo, o tetragrama.

Nos Ritos agnósticos, o Delta representa a sabedoria, o conhecimento. No seu interior, normalmente é colocado o “Olho que Tudo Vê” (vide Pílula Maçônica nº 95).

Por todos os motivos mencionados, é que, a visão do Delta não pode ser obstruída por nada e por ninguém.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 20 de novembro de 2011

nº 121 - Similaridade entre Templo Maçônico e o planeta Terra


É sabido que no nosso planeta Terra, para se determinar com exatidão um determinado ponto sobre sua superfície, utilizamos de um sistema de coordenadas geográficas denominadas Longitude e Latitude. E, importante, considera o planeta como se fosse uma esfera perfeita.

Assim, existe uma rede de círculos que passam pelos dois pólos do planeta (longitudinais – são os meridianos) e outra rede de círculos paralelos ao Equador (latitude). Assim, a partir dele, o Equador terrestre, contam-se as latitudes (paralelos), em graus, em direção aos pólos.

Nas posições equivalentes a 23° e 27’ para o norte e para o sul, encontramos, respectivamente, o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.

O Templo Maçônico, que simbolicamente, é representação da Terra, também possui essas linhas. As duas Colunas Vestibulares, J e B, no REAA, marcam a passagem, ao Norte (à esquerda de quem entra) do Trópico de Câncer e ao sul (à direita de quem entra) do Trópico de Capricórnio.

A linha central, da porta em direção ao Trono, é a Linha do Equador.

É costume no Rito citado acima que um Irmão quando cruza, no Ocidente, a Linha do Equador, fazer uma leve saudação com a cabeça ao “Delta Sagrado”, representação simbólica do GADU.

A saudação é feita ao GADU e não ao Venerável Mestre, ao contrário do que muitos Maçons pensam.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

terça-feira, 8 de novembro de 2011

nº 120 - Frederico II, Rei da Prússia e o Supremo Conselho do REAA - A Lenda


O nome de Frederico II, Rei da Prússia, é encontrado nos Rituais escoceses dos Altos Graus (REAA), com alta freqüência, e é tido como criador e autor dessa Ordem.

É dito que o Rito Escocês Antigo e Aceito de 33 Graus repousa nas Grandes Constituições de 1º de maio de 1786, feitas por Frederico II, Rei da Prússia.

Tomando por base o livro "Frederico, o Grande e a Maçonaria" do Mestre Kurt Prober e o livro "O Rito Escocês Antigo e Aceito" do Mestre José Castellani, veremos que tal afirmativa não é um fato histórico e sim, uma farsa que deve ser, atualmente, considerada como uma lenda, como muitas outras que se tem na Maçonaria.

É sabido que, em 1786, Frederico II era um idoso doente e acamado. Não estava mais participando da Ordem Maçônica já fazia um bom tempo. Foi Iniciado em 1738, escondido de seu severo pai, fundou e foi Grão Mestre da Grande Loja "Três Globos", em 1744. Aparentemente, finalizou , em 1747, suas atividades maçônicas (Rebold).

Além do mais, esse fato, ficou desconhecido do mundo maçônico de 1786 até 1804. Por que?

Essa afirmativa de ter sido ele, Frederico II, o "fundador" do primeiro Supremo Conselho do Grau 33, não tem, hoje, qualquer credibilidade entre os verdadeiros escritores históricos maçônicos da nossa Ordem.

O inicio dos Altos Graus do REAA foi em Paris, em 1758, com a criação do Conselho dos Imperadores do Ocidente e do Oriente, que instituiu o Rito de Perfeição ou de Héredon, com 25 graus, influenciado pela Aristocracia e, possivelmente, do Alto Clero, através da Ordem dos Jesuítas (vide Pílula Maçônica nº 38).

Qual o motivo, então, de ter aparecido essa "falsa versão" dos fatos históricos?

Ora, os interesses políticos e a vaidade, sempre existiram em todos os setores, inclusive na Ordem Maçônica. Os países da Europa, com toda sua tradição e imponência, não poderiam, jamais, aceitar que fato tão importante para a Maçonaria tivesse berço num país "selvagem", como era considerado os EUA, naquela época.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 30 de outubro de 2011

nº 119 - Garante de Amizade


Trata-se de uma espécie de “contato Maçônico” que duas Potências Maçônicas trocam entre si.

Garante de Amizade é a expressão usada pela Maçonaria nos países sul americanos. No restante do mundo é chamado de “Grande Representante”.

Desse modo, quando duas Potencias Maçônicas se “reconhecem”, é regra que troquem Garantes de Amizade, destinados a garantir as suas relações. Seríamos, então, tentados a ver nesses últimos, algo como “embaixadores”. Não é isso!

As relações inter-potências maçônicas oficiais de Grandes Lojas (Grande Oriente) de países diferentes não comportam representações diplomáticas permanentes como as que existem entre os países, e a escolha dos garantes de Amizade cabe às suas Potencias de origem (Alec Mellor).

No Regulamento Geral da Federação (RGF – GOB), temos no artigo 167:

Art. 167 – O Garante de Amizade é o Representante da Potência Maçônica estrangeira junto ao Grande Oriente do Brasil, por este indicado, ou o Representante do Grande Oriente do Brasil junto à Potência Maçônica estrangeira, por esta indicado.

§ 1º – Para ser nomeado Garante de Amizade, por Potência Maçônica estrangeira, para representá-la junto ao Grande Oriente do Brasil o Maçom necessita, no mínimo, satisfazer os seguintes requisitos:

I – estar colado no grau de Mestre há mais de três anos;
II – conhecer a língua falada no país da Potência Maçônica estrangeira que pretende representar ou, pelo menos, inglês e espanhol;
III – ter capacidade financeira e disponibilidade de tempo para visitar a Potência Maçônica estrangeira.
IV – Estar em pleno gozo de seus direitos maçônicos perante o Grande Oriente do Brasil.

§ 2º – São atribuições do Garante de Amizade:

I – visitar a Potência pela qual foi nomeado pelo menos a cada dois anos;
II – manter correspondência epistolar com a Potência que representa, estimulando a troca de publicações, livros e outras informações;
III – estar presente nas solenidades de relevância que ocorram na Potência Maçônica estrangeira que representa;
IV – fazer relatório anual de suas atividades e encaminhá-lo ao Secretário-Geral de Relações Exteriores;
V – comparecer à Reunião Anual de Garantes de Amizade.

§ 3º – Aos Garantes de Amizade é facultado o uso de paramentos próprios.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 23 de outubro de 2011

nº 118 - Estandartes e Heráldica


Estandarte, segundo dicionário Aurélio, é definido como “bandeira de guerra” e por extensão somente “bandeira”.

Na Maçonaria é uma espécie de bandeira, retangular, com formato obedecendo a “Lei Aurea”, ou seja, com o comprimento 1,618 vezes maior que a altura, hasteada de modo que seu eixo maior (comprimento) fique na vertical.

Nele são colocados letreiros cujas palavras definem a Loja ou “Corpo Maçônico”, juntamente com o logotipo da mesma, seus brasões e símbolos (ver Pílula Maçônica nº 12).

Brasão é a insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre, conferidos, em regra por merecimento.  
É um “escudo de armas” e, por extensão, “divisa’, “emblema”.

No campo da Heráldica, é definido como conjunto de peças, figuras e ornatos dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de uma nação, de um soberano, de uma família, de uma corporação, de uma cidade, etc.

Heráldica é a arte ou ciência dos brasões. É o conjunto dos emblemas do brasão.

No Brasil, até onde sei, só existe uma única obra maçônica sobre heráldica. É um excelente livro que denomina-se “Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito, do Grau 01 ao Grau 33”, sendo a parte pictográfica de autoria do nosso atual Sapientíssimo Irmão Claudio Roque Buono Ferreira, com pequenos textos descritivos de autoria do Mestre Castellani.

Esse livro, foi gentilmente doado à ABBM pelo Irmão Claudio e encontra-se disponível para todos os Obreiros, somente para consulta, na Biblioteca da mesma.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 16 de outubro de 2011

nº 117 - Instrumentos Maçônicos


Os instrumentos profissionais tais como o esquadro, compasso, maço, malhete, prumo, nível, etc, são usados como Símbolos pela Maçonaria com a finalidade de incluí-los em seus ensinamentos da moral e ética.

Obviamente, ela não arroga o direito de propriedade, invenção ou exclusividade de uso de tais utensílios/Símbolos.

Deve ficar claro, também, que tais instrumentos não tiveram seus nomes extraídos de textos bíblicos, como é suposto por muitos. Eles foram obtidos das corporações de construtores medievais, às quais damos hoje o nome de “Maçonaria Operativa”. São, portanto, instrumentos de construção e, independentemente, são citados em alguns textos bíblicos, realizados por escribas hebreus, em diversas épocas passadas. 

Mencionando, mais uma vez, Mestre Castellani, temos:

“Esquadro, Compasso, Malho, Régua, Nível, Trolha, etc, são instrumentos necessários aos projetos e construção de edificações. A Bíblia, por outro lado, só foi introduzida nos Trabalhos Maçônicos em 1740, por Thomas Payne, Grão Mestre da primeira Grande Loja fundada em 1717, em Londres.

A Maçonaria atual, conhecida como “Maçonaria Especulativa” incluiu tais instrumentos em seus ensinamentos para auxiliar seus obreiros a vivenciarem no dia-a-dia os símbolos adequados na doutrina justa e perfeita.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

nº 116 - O Templo de Salomão


A Maçonaria Especulativa, no seu inicio, adotou, por diversos motivos, algumas lendas e a simbologia do Velho Testamento, como é o caso da “Escada de Jacó”, a “Estrela de Davi” e o “Templo de Salomão” entre outras.

Desse modo, a Maçonaria, apesar de não ter origem hebraica, e sim, ser uma instituição pós-medieval, no decorrer do século XVIII absorveu símbolos, parábolas e relatos bíblicos.

Nós sabemos que o Templo de Jerusalém foi reconstruído por três vezes, sendo que a Maçonaria Simbólica, considera o primeiro, que foi erigido pelo Rei Salomão.

A Igreja Católica, ao fazer seus templos, tomou por base esse último templo citado. Ele foi, sem dúvidas, o arquétipo das igrejas, pela sua divisão e orientação.

No caso da Maçonaria, sabemos também que as suas reuniões eram feitas em tabernas ou nos adros das igrejas. O primeiro templo Maçônico foi erigido na Inglaterra, no ano de 1776, e tomou por base o que eles conheciam de mais comum, que era o Parlamento Inglês e as próprias igrejas católicas.

Conforme relato do Mestre Castellani, em Consultório Maçônico, Ed. Trolha, temos:

Só posteriormente é que iria surgir o conceito de que o Templo Maçônico teria tido o Templo de Salomão como arquétipo, quando na verdade isso ocorreu indiretamente, por tabela, através das igrejas.

Na esteira desse conceito é que surgiria a lenda de Hiram, essa, sim, maçônica, já que o fundidor de metais Hiram Abif, não foi o construtor do Templo de Jerusalém e nem foi morto como reza a lenda; ele apenas foi responsável pela fundição dos objetos metálicos, tais como colunas, candelabros, mar de bronze, etc.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 2 de outubro de 2011

nº 115 - Águia Bicéfala na Maçonaria


Antes que algum maçom venha supor que a “Águia Bicéfala” tenha sido definida e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:

A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento, tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta antiguidade.

Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos romanos.

É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.

Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do poder (N. Aslan).

A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador sobre seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era representado por uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois impérios: o Império do Ocidente e o Império do Oriente.

O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o do Oriente, com a fundação de Constantinopla, foi chamado de Bizantino.

Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a “Águia Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus brasões.

Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi adotada no inicio da definição do Rito Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo Maçônico que começou a desenvolver a base desse Rito, era chamado de “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente” e adotou a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua sendo usada no Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Esse sistema “escocês”, conhecido como “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”, ou, também conhecido como “Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém” criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus.

Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Héredom” foi levado para a América do Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.

Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the World”. “Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o caos em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador”.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

nº 114 - Neófito e Aprendiz


Apesar de que para muitos maçons, “Neófito” e “Aprendiz” significarem a mesma coisa, vamos esclarecer que são coisas diferentes, mas interligadas.

Na Maçonaria, a seqüência do profano para se tornar Maçom é: Candidato, Neófito e Aprendiz Maçom. Posteriormente, Companheiro Maçom e Mestre Maçom (Maçonaria Simbólica).

“Neófito” é o nome que o candidato recebe durante o cerimonial da Iniciação. Após as provas e juramentos a que é submetido, após as instruções que lhe são passadas e, após o discurso final do Orador, o Neófito é declarado Aprendiz Maçônico e será conduzido e convidado a sentar-se no topo da Coluna do Norte.

Segundo Albert Galatin Mackey, “neófito”, em grego significa plantado recentemente. Na primitiva Igreja Católica, designava alguém que tinha recentemente abandonado o judaísmo ou o paganismo e abraçado o cristianismo; e na igreja romana aqueles recentemente admitidos na comunhão também eram assim chamados. Por esta razão, este termo foi também aplicado aos jovens discípulos de qualquer arte ou ciência.

Na Maçonaria, portanto, o candidato sem as instruções finais, durante a Iniciação, é assim designado. 

“Aprendiz”, na Maçonaria Simbólica, é o primeiro grau, de uma série de três, como mencionado acima. É o mesmo para todos os Ritos (no Brasil o GOB reconhece seis Ritos) sendo que esse grau é oriundo da Maçonaria Operativa da qual a Maçonaria Especulativa é herdeira. 

Nesse grau de aprendiz a Maçonaria começa a demonstrar ao iniciado o sentimento de aperfeiçoamento e incentivando o estudo da Verdade. 

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

nº 113 - Venda nos olhos


Em diversos processos esotéricos iniciáticos, que são cerimônias nas quais se iniciam pessoas nos mistérios de uma religião, doutrina, instituição, ordem, etc, é colocada uma venda nos olhos do Neófito.

É o que ocorre na Iniciação Maçônica.

Segundo Mestre Nicola Aslan, a venda colocada nos olhos é o símbolo da escuridão, da ignorância e das trevas que envolvem aqueles que ainda não receberam a luz da ciência e da verdade.

Desse modo, seus passos poderão ser dirigidos em caminhos inadequados, tropeçando nos erros, nos vícios e ignorância da vida profana.

Em determinado momento da Cerimônia de Iniciação, a venda é retirada para que o Neófito, simbolicamente, receba a “Luz”.

E, adaptando para esta Pílula Maçônica, o que escreveu Mestre Jules Boucher, em seus livros:

“Com a venda, sem o sentido da visão, outros sentidos se desenvolvem com maior acuidade, sobretudo o ouvido. A Maçonaria pretende significar desse modo que o profano, se não sabe ver, escuta demasiadas vezes os ruídos do mundo e as palavras dos outros. Na imprudência desse ato, suas concepções filosóficas de toda espécie que não resultam de uma livre escolha, podem fazê-lo um produto do meio social no qual se encontrou situado.”

 A palavra “LUZ”, na Maçonaria, tem o significado de Verdade, Conhecimento, Ciência, Saber, Instrução e prática de todas as virtudes (N. Aslan).

E, finalizando com as palavras do Mestre Albert G. Mackey, que na sua “Enciclopédia”, escreve:

“Luz é uma palavra importante do sistema maçônico, transmitindo um sentido mais longíquo e oculto do que geralmente pensa a maioria dos leitores. É, de fato, o primeiro de todos os Símbolos apresentados ao Neófito e que continua a ser-lhe apresentado na carreira maçônica. Os maçons são enfaticamente chamados de “filhos da Luz”, porque são, ou pelo menos são julgados possuidores do verdadeiro sentido do Símbolo; ao passo que os profanos, os não Iniciados, que não receberam esse conhecimento, são, por uma expressão equivalente, considerados como estando nas trevas.”
“Em geral, a Luz é considerada como fonte primordial do conhecimento e da excelência, e que a Escuridão é sinônimo da ignorância e do mal.”

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

nº 112 - Estrelas (círios)


Estrelas, na Maçonaria, são velas acessas e colocadas em tocheiras, que é um tipo de castiçal com proteção contra o vento. Muitas vezes chamadas de “círios”, apesar de que círio, na verdade, é uma vela grande.

Em alguns Cerimoniais, quando se pretende fazer honras no recebimento de altos dignitários, usa-se uma série de espadas, normalmente acompanhadas das estrelas.

Espadas na mão direita e estrelas na mão esquerda daqueles Obreiros que farão a “Abobada de Aço” para os visitantes.

Hoje em dia esse comportamento está fora de uso, com raras exceções. Há vinte anos atrás, era comum esse tipo de honraria e era comum, também, existir um “porta espadas” e um “porta estrelas” no Átrio da Loja, normalmente de madeira, para acondicioná-las.

Segundo Mestre Nicola Aslan esse costume é antiquíssimo, já existente entre os romanos e que a Igreja Cristã veio a adotar. É dito que o Papa quando se dirige para o Altar, saindo da Sacristia, é precedido por Diáconos portando estrelas (ou círios).

Para finalizar, uma frase sobre interessante costume francês do Mestre Jules Boucher, simbolista: “quando um visitante eminente, um dignitário, é introduzido no Templo, é precedido pelo Mestre de Cerimônias portando uma “estrela”. Trata-se de uma tradição que pode ser encontrada numa era longínqua. Não é para “iluminar” o visitante que o fazem preceder por uma tocha, é para simbolizar 
a “luz” que ele representa.” 

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 17 de julho de 2011

nº 111 - Sincretismo Maçônico


Poucos Maçons sabem o que é "Sincretismo Maçônico". Vamos esclarecer, na medida do possível.

A definição de sincretismo, tirada do Dicionário Etimológico Antonio Geraldo da Cunha, é: a mistura de doutrinas ou concepções diferentes. Reunião de idéias ou teses de origens disparatadas. Ampliando o conceito, temos que, em Filosofia, é a reunião, num só sistema, de doutrinas heterogêneas.

Etimologicamente vem do Francês (syncrétisme) que veio do Latim (syncrétismus) tendo como origem, do Grego (sygkéstismós).

O Sincretismo Maçônico é, portanto, a mistura de práticas e costumes diferentes, de diversos Ritos, agregados num único Rito. Esse Rito, assim incrementado, perde suas características originais e fica deturpado. Existem diversos motivos para que isso ocorra: vaidade, invencionice, achismo, etc.

No Brasil, por existirem diversos Ritos reconhecidos pelo GOB (06) e por ser o Rito Escocês Antigo e Aceito o mais praticado, ele sofre influência e adaptações dos demais com bastante assiduidade.

É o caso, por exemplo, das palavras ou orações ditas no Átrio, antes do início da Sessão. Ou então, o fato do Mestre de Cerimônias andar em esquadria no Ocidente. São práticas ritualísticas praticadas em outros Ritos e estão sendo cada vez mais comum no R.E.A.A. Existem muitas outras, além dessas.

No Brasil os Rituais são escritos. A cada edição, novas deturpações podem ser acrescidas ao mesmo. O Ritual, que refere-se a um cerimonial, ou a um conjunto de regras que devem ser seguidas, modifica-se, desse modo, com o passar do tempo.

Nos países onde o Ritual é transmitido oralmente, ou seja, ele é decorado, o Sincretismo Maçônico é mínimo, embora existam cópias escritas do mesmo. É o caso da Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia. Nesses países, as falas dos Oficiais em Loja são totalmente decoradas. Inclusive, nas Instalações, as falas do Grão Mestre e dos Oficiais da Comissão Instaladora, também são decoradas, como foi visto em recente visita em Lojas da Nova Zelândia, pelo grupo que lá esteve.

Com o Sincretismo Maçônico o Rito, seja ele qual for, empobrece, apesar de ter sido incrementado, pois perde sua originalidade.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

sábado, 9 de julho de 2011

n⁰ 110 - O Livro da Lei


De acordo com Alec Mellor, famoso escritor Maçônico francês, em "Dicionário da Franco Maçonaria", a conduta adotada por certa Obediência constitui um critério que permite apreciar a regularidade ou a irregularidade de seus princípios.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, em 04 de setembro de 1929, lançou, e foi aprovado pela Franco Maçonaria universal, os "Princípios de Base" para o reconhecimento de regularidade de uma Grande Loja ou um Grande Oriente:

Art. 06: - As três grandes Luzes da Franco Maçonaria, o Livro da Lei Santa, o Esquadro e o Compasso, ficarão sempre expostos quando dos trabalhos da Loja.

A mais importante das três é o Livro da Lei Santa (The Volume of Sacred Law).

Nos países da Europa, da América, da Oceania, o L.L.S. usado é a Santa Bíblia, pois ela é o Livro Sagrado da grande maioria.

Segundo Mestre Castellani, a Bíblia só foi introduzida oficialmente nos trabalhos maçônicos, por George Payne, em 1740, como bajulação à Igreja Anglicana, e não a Católica, pois nessa época era a primeira que predominava na Inglaterra.

É sabido que o Livro da Lei, não é obrigatoriamente a Bíblia. Deve haver um Livro da Lei Sagrada que seja adotado por determinado povo com sua respectiva crença religiosa. Desse modo, poderá ser a Torá, "Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio" para os judeus. O Corão para os muçulmanos, ou o Rig Veda para os hinduístas, e assim por diante.

E, além disso tudo, ainda nos esclarece o Mestre Castellani, existem os Ritos chamados racionalistas, como o Rito Moderno ou Francês, por exemplo, que não usam nenhum Livro sagrado, mas, sim, o Livro da Lei Maçônica - a Constituição de Anderson, de 1723, em respeito à absoluta liberdade de consciência dos maçons, a qual não admite a imposição de padrões religiosos, pois as concepções metafísicas de cada um são de foro íntimo. Entretanto, tal atitude não permite o reconhecimento pela Grande Loja Unida da Inglaterra, da Grande Loja ou Grande Oriente que a pratica.

Na Maçonaria Operativa não há duvidas que a Bíblia era usada nos juramentos da Ordem, devido a grande religiosidade reinante na época. Isso é citado em diversos Manuscritos, alguns deles transcritos no "Freemason´s Guide and Compendium" do Mestre Bernard Jones, do qual eu tenho a honra de possuir um exemplar na minha biblioteca.

O Livro Sagrado da Lei deve ser solenemente aberto e solenemente fechado no começo e no fim dos trabalhos. Sem a sua presença sobre o altar, estes não podem ser realizados, e a Loja não pode nem mesmo ser aberta.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

sábado, 2 de julho de 2011

n⁰ 109 - Pedras Bruta, Cúbica e a Prancheta

As três Jóias Fixas da Loja, de acordo com a Simbologia do Rito Escocês Antigo e Aceito, são a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancheta (ou Tábua de Delinear). São chamadas de fixas pois ocupam sempre o mesmo lugar na Loja.

As definições que serão dadas abaixo foram baseadas nas opiniões de diversos escritores/historiadores maçônicos brasileiros e são subjetivas.

Pedra Bruta é aquela que, simbolicamente, o Aprendiz trabalha, transformando-a numa pedra com o formato cúbico ou de um paralelogramo, para que ela possa ser usada nas construções de alvenaria. É a pedra informe, que terá seu formato pré definido pelo Aprendiz.

 Para isso ele utiliza o Cinzel e o Maço. O Cinzel é uma pequena haste metálica, com uma das extremidades cortante que, batida pelo Maço, desbasta a pedra. O Maço é um bloco de pedra, ou de madeira dura, com formato cilíndrico, ou de um paralelogramo, com um cabo inserido, para uso manual.

Hoje, na Maçonaria Especulativa, simbolicamente, a Pedra Bruta é o próprio Iniciado. Ele terá seus defeitos pessoais e sociais corrigidos e aperfeiçoados, para serem utilizados na construção moral e ética de um mundo melhor.

Pedra Cúbica é a obra final do Companheiro Maçom que, simbolicamente, realiza seu trabalho, exaltando todas as suas formas. É a forma geométrica, o cubo ou o paralelogramo perfeito que se encaixa perfeitamente umas nas outras, deixando a construção sem espaços livres. Deve-se deixar claro que estamos falando de pedra cúbica e não, de pedra cúbica polida ou pedra polida. Qualquer pedra pode ser polida, entretanto, acho que não teria aplicação prática no trabalho dos canteiros medievais.

Hoje, na Maçonaria Especulativa, a Pedra Cúbica, simbolicamente, é a aquisição dos conhecimentos e seu aperfeiçoamento, cada vez mais, para aplicação na Construção Social.

Prancheta ou Tábua de Delinear é o objeto do trabalho do Mestre Maçom, onde este, simbolicamente, delineia e traça os projetos da construção. Normalmente é uma placa plana de madeira, com as dimensões aproximadas de 40cm x 60cm, que fica encostada no Altar, de frente para o Ocidente (ver Pílula Maçônica nº 63).

Hoje, na Maçonaria Especulativa, simbolicamente, é o exemplo e a orientação moral, dada pelo Mestre Maçom a todos que estão a sua volta, principalmente os Aprendizes e Companheiros.


M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

terça-feira, 21 de junho de 2011

n⁰ 108 - Septuaginta e a Vulgata


A Bíblia teve diversas traduções (versões) ao longo dos tempos. Vamos comentar, de modo conciso, duas dessas versões:

SEPTUAGINTA: é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século antes de Cristo, na cidade de Alexandria.

A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta, ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta foi usada como base para diversas outras traduções da Bíblia.

VULGATA: no sentido corrente, é a tradução da Bíblia em hebraico, para o latim. Foi escrita entre fins do século IV e início do século V, por São Gerônimo, a pedido do Papa Dámaso I, e que foi usada pela Igreja Católica e ainda é muito respeitada.

Nos seus primeiros séculos, a Igreja Católica serviu-se sobretudo da língua grega. Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de séculos seguintes.

No século IV, a situação já havia mudado e é então que o importante biblista São Jerônimo traduz pelo menos o Antigo Testamento para o latim.

A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do que suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos a única versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta.


M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

sexta-feira, 10 de junho de 2011

n⁰ 107 - Loja “em família” no Tempo de Estudos


No R.'.E.'.A.'.A.'. está virando tradição, no Tempo de Estudos, quando se faz a apresentação das peças de arquitetura, os Obreiros da Loja se reunirem no Ocidente.

Ali, o palestrante apresenta seu Trabalho, ao fim do qual, perguntas e comentários são feitos a respeito do tema apresentado.

Desse modo, de maneira mais racional e com melhor aproveitamento de tempo, o Venerável Mestre bate o Malhete e declara estar a Loja “em família” a partir daquele momento. Nessa situação, os Obreiros podem pedir a palavra diretamente ao Venerável Mestre para comentar o Trabalho, sem ter que cumprimentar as Autoridades Maçônicas e os Vigilantes.

Permite também, que a palavra volte ao mesmo Obreiro, quantas vezes o Venerável Mestre desejar. O debate torna-se fecundo e todos aproveitam muito mais, pois não há perda de tempo com os cumprimentos.

Considerando que, para determinados assuntos, 30 a 45 minutos é muito pouco para um bom aproveitamento, nessa alternativa tem-se um melhor rendimento.

Findo o debate, o Venerável bate o Malhete, dizendo estar “em Loja”, novamente.

Devemos deixar claro que é diferente de colocar a Loja “em recreação”, típico do Rito de York, onde os Obreiros saem da Loja e há uma “ritualística” controlando todo o acontecimento. Inclusive, as finalidades são diferentes.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

quinta-feira, 9 de junho de 2011

nº 106 - Tábua Esmeraldina


Brethren,

Vez ou outra é interessante relembrar certas coisas e refletir, novamente, sobre os ensinamentos nelas contidas. É o caso da “Tábua Esmeraldina” de Hermes Trimegisto.

Isto é complexo, mas é verdadeiro sem mentiras:
Tudo o que está aqui embaixo também está no alto;
também no alto está o que está embaixo,
pois tudo é obra de uma só coisa.
Todas as coisas vieram e vem de uma,
da qual tudo nasceu e à qual tudo se ajustou,
pois tudo se adaptou a ela, a Causa Ùnica.
O Pai de tudo, que é a realidade, que é o querer do universo,
Aqui está, com sua força total convertida em Terra.
Se quiserdes saber o segredo dessa força suprema,
deveis separar a terra do fogo,
o fino e sutil do espesso e grande,
Suavemente e com todo cuidado.
Sobe da terra ao céu e, dali, volte à terra,
para receber a força do que está em cima e
do que está embaixo.
Assim, receberás a luz de todo o mundo
e as trevas se afastarão de ti.
Esta é a força de todas as forças, que vencerá tudo o que é sutil,
como vencerá tudo quanto é grande,
e que penetrará em tudo o que é sólido e palpável.
Portanto, o mundo pequeno está feito,
à semelhança do mundo grande.
Assim e desse modo, ocorrerão mudanças prodigiosas.
Por isso me chamam Hermes Trimegisto,
Pois possuo as três partes da Sabedoria de todo o mundo.
Terminado está o que disse sobre a Obra do Sol.

sábado, 21 de maio de 2011

nº 105 - Palavra final do Ir.'. Orador


No R.'.E.'.A.'.A.'. após a “palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular” ter percorrido as Colunas e o Oriente, a mesma é passada ao Irmão Orador para apresentar suas conclusões no encerramento das discussões e do decorrido da Loja, de modo geral, sob o ponto de vista legal, qualquer que tenha sido a matéria. Confirmando que a Loja transcorreu de modo justo e perfeito e, desse modo, estando tudo de acordo com os princípios e leis da Maçonaria, obediente aos Rituais, a Loja poderá ser fechada.

Infelizmente, é comum na ocasião descrita acima, no empenho de mostrar sua competência, o Orador divagar sobre o tema apresentado no Tempo de Estudos, ou tomar partido sobre o mesmo, ou, que é pior ainda, apresentar um outro Trabalho sobre o mesmo tema.

Na minha opinião, isso ele pode fazer, quando a palavra estiver no Oriente, e ele se comportar como um obreiro comum. Pedirá a palavra ao Venerável Mestre, do mesmo modo que fazem os demais, e exporá sua opinião, como obreiro da Loja.

Repetindo para ficar claro, ao Irmão Orador cabe, ao final da Loja, dar as suas conclusões legais, ou seja, do ponto de vista legal, mesmo porque ele é o digno representante do Ministério Público Maçônico.

domingo, 15 de maio de 2011

nº 104 - Misticismo


O conjunto de atos e disposições, tendo por finalidade a obtenção da comunhão com o Ser Supremo (na Maçonaria conhecido como G.'.A.'.D.'.U.'.) regulador e criador de tudo que no mundo existe, é denominado de MISTICISMO.

Na procura dessa união intima com a Divindade, Absoluta e Onipotente, é montado um sistema complexo especulativo de atos e padrões baseados principalmente nas religiões antigas e nas Ordens Iniciáticas de cunho religioso, que ocuparam espaço nas diversas civilizações antigas.

Desse modo está intimamente ligado com Metafísica, com a Religião (Teologia), com a Mitologia e até mesmo com a Astrologia.

A Maçonaria possui seu lado místico, praticado em seus ritos e rituais, apesar de não ser uma religião e nem uma Ordem Mística.

Não deve ser confundida com Esoterismo ou com Exoterismo (vide Pílula Maçônica nº 44) cujas definições estão abaixo:

- ESOTÉRICO:

1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos.
2) todo ensinamento ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes.
3) diz-se de ensinamento ligado ao ocultismo.
4) compreensível apenas por poucos; obscuro; hermético.

- EXOTÉRICO:

diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialético, provável, verossímil.

terça-feira, 10 de maio de 2011

nº 103 - Sagração do Templo Maçônico


Deve ser lembrado que esse termo “Sagração” tem aproximadamente 100 anos de existência, aqui no Brasil. Antigamente, o termo usado era “Inauguração”, ocasião em que o Templo era reconhecido pelas autoridades maçônicas e usado pela primeira vez. Inclusive, autoridades da vida profana também eram convidadas para a festividade. No Brasil existe uma série de Lojas com mais de 100 anos, cujos Templos foram Inaugurados.

Hoje em dia nós “sagramos” o Templo. Entretanto, levando em consideração que a Maçonaria não é uma religião, essa sagração não é fazer com que o Templo se torne um local sagrado, santificado. É simplesmente um reconhecimento Maçônico, por todos os maçons presentes no ato de que, aquele local, tem a dignidade de um Templo Maçônico e será sempre usado para as atividades Maçônicas.

Só isso! Sem qualquer sentido de “santificação” do local, principalmente dentro do Templo. Pessoas não ligadas à Maçonaria, profanos, podem visitar as instalações de Templo Maçônico, sem problemas, desde que em ocasiões propícias.

Para finalizar, vejam o que foi escrito pelo Mestre Castellani, no Consultório Maçônico, Ed. TROLHA:

“A Sagração é uma Cerimônia cuja finalidade é, simplesmente, conferir ao local, a dignidade de Templo Maçônico, assim como a Sagração do Aprendiz, do Companheiro, ou do Mestre tem a finalidade de lhes conferir a dignidade do Grau, sem qualquer sentido de “santificação”. Muitos maçons, todavia, crêem que sagrar o Templo é torná-lo um local santificado, sagrado, misturando Maçonaria com religião, o que, embora esdrúxulo e absurdo, é mais comum do que se supõe.”

nº 102 - O Orgulho da Maçonaria


Brethren,

Sem dúvidas os Maçons têm orgulho de pertencerem a uma Instituição com o perfil da Maçonaria. Somos “bairristas” ao extremo, mas temos um enorme motivo para isso. Se não, vamos ver o que foi escrito por um escritor que não era Maçom, Jasper Ridley, em seu livro “Los Masones”, editado em 1999:

“Na Idade Média, a Maçonaria Operativa era distinta pois tinha seus obreiros que eram diferentes, para melhor, de todas as outras classes de trabalhadores. Nos povoados os artesões faziam coisas, que os comerciantes compravam e vendiam. Os tecelões faziam panos, Os ourives faziam anéis e jóias, e os carpinteiros construíam casas de madeira para os habitantes locais.
Mas os Maçons eram distintos! Trabalhavam a pedra, e eram muito poucos os edifícios feitos em pedra. Somente os castelos do Rei e daqueles Nobres a quem o rei havia dado permissão de construção. Igualmente para as Catedrais, Abadias e Paróquias. Então, os únicos empregadores dos maçons eram o Rei, alguns de seus Nobres e a Igreja, apesar de que algumas pontes também fossem construídas de pedra. A Ponte de Londres, a única sobre o Rio Tâmisa até no século XVII, foi feito a princípio de madeira, e em 1209 reconstruída em pedra, durando até 1832.
Os Maçons viajavam e conheciam o “mundo” adquirindo conhecimentos, que são um forte fator de distinção entre os membros de uma comunidade. Eram qualificados e existiam dois tipos de Maçons: os “rústicos”, que cortavam as pedras para formarem a base e outras partes das construções e os mais habilidosos que talhavam as elegantes fachadas dos castelos e das catedrais.
Viajavam muito, como já foi dito, mas não eram bandos de trabalhadores procurando serviço e, sim, requisitados com antecedência e disputadíssimos!

Como a Maçonaria Especulativa, que é a que praticamos hoje, teve como origem a Maçonaria Operativa com obreiros cuja função está descrita acima, temos que ter muito orgulho, mesmo!

nº 101 - A letra “G” dentro do Esquadro e Compasso


Não há nenhuma razão específica para que não use a letra “G” no emblema formado pelo Esquadro e o Compasso, sobrepostos, e com a letra “G” entre eles.

Não há, é claro, nenhuma regra vinculativa sobre este assunto pois é uma questão de usos e costumes, comum a diversos países.

Essa formação é comum na Inglaterra, Escócia, Europa e nas Américas. Aparece muito pouco na Nova Zelândia e Austrália. Na maçonaria brasileira é extremamente comum e quase todos os Maçons usam, ou já usaram, “button” na lapela com o emblema descrito acima.

Os seguintes pontos descritos abaixo, são somente considerações:

a) Na Iniciação, a atenção do candidato é atraída, propositalmente, para as Três Grandes Luzes emblemáticas da Maçonaria: o Esquadro, o Compasso e o Livro da Lei. Os dois primeiros são instrumentos reais da Maçonaria Operativa, bem como possuindo atributos também na Maçonaria Especulativa.

b) Somente no Segundo Grau, de Companheiro, é que a letra “G” é mencionada e a sua importância, significado e valores são discutidos. Na verdade, a letra “G” começou a ser mencionada somente em 1730 (vide Pílula Maçônica nº 27). É surpreendente que somente depois de 1850, aproximadamente, que a letra “G” começou aparecer no meio do Compasso e do Esquadro entrelaçados, como se vê hoje em dia em distintivos de lapela ou emblemas. E é suposto que tenha sido originado por projeto de algum criativo joalheiro e não por ação de alguma autoridade Maçônica.

Por conseguinte, não é um símbolo “base”, como o Esquadro e o Compasso. Não teve uma aplicação na Maçonaria Operativa, como tem na Maçonaria Especulativa.

c) Sem querer diminuir da letra “G” a sua importância, seu significado e o grande valor como um símbolo, mas temos que ser realistas ao afirmar que a sua inclusão, entre o Esquadro e o Compasso é uma associação com pouca ou nenhuma base concreta.

domingo, 24 de abril de 2011

nº 100 - Atersata


Atersata, palavra muitas vezes escrita de forma errada como “artezata”, ou “aterzata”, é de dificil localização nos dicionários maçônicos em geral (tanto nos nacionais como nos escritos na lingua inglesa). Na língua inglesa é escrito como “athersada”.

É uma palavra de origem Persa, com o significado de “mão forte, mão poderosa”. Obviamente, a tradução com significado mais objetivo é: “o Governador que dirige com total poder, com mão forte!”.

Na verdade, esse nome encontrado na Biblia (Septuaginta) é o nome dada ao Governador Persa de Jerusalém que acompanhou Zorobabel e Nehemias (vide “Esdras” II. 63; “Nehemias” VII. 65-70, descritos abaixo).

E o Atersata proibiu-os de comer coisas sagradas, até que conseguissem encontrar um sacerdote...
Por isto tudo, fizemos uma aliança sagrada... pelos nossos sacerdotes. Estes foram os que assinaram: Neemias, o Atersata, filho de Helquias...

Na Ordem de Heredom de Kilwinning, este era o nome do chefe supremo dessa Ordem. E, na Maçonaria Francesa e na Brasileira, entre outras, é o nome do presidente do “Sublime Capítulo Rosacruz” do Rito Escocês Antigo e Aceito, na divisão que vai do 15º ao 18º Grau.

Em 586 a.C, Judá, a remanescente e importante cidade do grupo das 12 tribos dos Hebreus (cisma de 921 a.C.), foi conquistada e destruida por Nabudonossor II, chefe dos Babilônios. Nessa época, o primeiro Templo, o de Salomão, construido em 980 a.C, foi totalmente destruido e todos os hebreus foram levados, cativos, para o exílio na Babilônia.

Posteriormente, em 538 a.C. a Babilônia foi conquistada por Ciro, o Grande, que, diferente dos demais conquistadores, dava liberdade religiosa e de costumes, aos povos conquistados. Dessa forma, os hebreus tiveram permissão de retornarem a sua terra.

Depois disso é que todos os hebreus começaram a serem chamados de judeus”, o que anteriormente, era usado somente para os pertencentes aos nascidos em Judá.

O titulo de Atersata foi recebido por Neemias dado pelo Rei da Persia, provavelmente Dario III, a quem servia, para ser o Governador da nova Judéia.

Após o retorno dos judeus o segundo Templo foi construido, denominado de templo de Zorobabel.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

nº 99 - Quem foi Leo Taxil?


Qual era a ligação de Leo Taxil com a Maçonaria, na Europa?

Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo de Leo Taxil, foi educado por Jesuítas e mais tarde se juntou a Maçonaria. Posteriormente, ele pediu demissão e retornou para a fé católica. Começou a escrever contra a Maçonaria dizendo que a mesma praticava cultos satânicos, acentuando a discordância entre esta última e o Clero.

De 1885 a 1897 ele publicou muitos livros anti-maçônicos e durante esse período perpetrou uma fraude enorme sobre a Igreja Católica Romana, que na época não se apercebeu de suas intenções. Essas suas atividades anti-maçônicas, eram altamente rentáveis para ele, financeiramente.

Além de seus livros anti-maçônicos, conseguiu ser recebido em audiência solene pelo Papa Leão XIII. Qualquer sugestão de ser um trote de Leo Taxil, era rebatida e compensada pelos depoimentos de altas autoridades da Igreja.

Seu esforço e embuste supremo foi a invenção de uma mulher "Diana Vaughan" acusada de ter nascido em 1874 como a filha do "Satã". Diana Vaughan, não existia, mas, através dele, foi uma escritora prolífica sobre assuntos anti-maçônico e recebeu grande publicidade e elogios entusiasmados dos chefes da Igreja Católica.

Esse assunto foi questionado no Congresso anti-maçônico realizada em Trient em 1896, e um comitê foi criado para determinar a veracidade do mesmo de uma vez por todas. Taxil produziu, falsamente, uma "fotografia" da Miss Vaughan na Conferência.

Eventualmente, em 1897, numa reunião convocada por ele em Paris, Taxil informou diante de um imenso público, que ele havia conseguido perpetrar o maior embuste dos tempos modernos; que Diana Vaughan nunca havia existido e que, por 12 anos ele tinha enganado a Igreja Católica Romana, da maneira mais flagrante. Quase foi linchado e fugiu com proteção da polícia local.

De tempos em tempos, aparecem livros antimaçônicos, inspirados nas idiotices de Leo Taxil, ou de outro autor inspirado por ele.

Na Maçonaria norte americana, igrejas fundamentalistas encontram, nesses livros, material para suas campanhas..

Toda a história é completamente fantástica, existe em diversos livros, e vale a pena ser lida em detalhes.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

nº 98 - A Instalação – Mestre Instalado


Nas Lojas Simbólicas de diversos Ritos é comum, principalmente no R.E.A.A, o Primeiro Vigilante ser o substituto imediato do Venerável Mestre, como dirigente administrativo da Loja. Muitas Lojas possuem Regimento Interno, no qual esse item se torna obrigatório.

No caso de uma substituição, na ausência do Venerável Mestre em Loja, o Primeiro Vigilante pode tomar as medidas necessárias ao bom andamento da mesma, só não podendo Iniciar, Elevar ou Exaltar novos Obreiros.

Ou seja, ele não pode proceder à sagração. Este termo, sagração, de acordo com Mestre Castellani – “é conferir a dignidade do grau, dos novos Aprendizes, Companheiros e Mestres”. Esse ato é privativo do Mestre Instalado!

A Instalação é simplesmente a tomada de posse do cargo de Venerável Mestre de uma determinada Loja (ver também Pilula Maçônica nº73). Essa tomada de posse pode, ou não, ser acompanhada de Cerimonial de Instalação. Essa cerimônia é típica do “Emulation Ritual”, da Inglaterra, e foi adotada em outros Ritos como o Escocês, o Adoniramita, o Moderno e outros, no mundo todo.

Sobre esse assunto, Mestre Castellani publicou, em 1994, “O Mestre Instalado” na revista a “A TROLHA” nº 94, pag 34, que deixa claro esse assunto, conforme o que segue abaixo:

“a Cerimônia de Instalação de Veneráveis Mestres, com uma ritualística específica, é própria do Ritual de Emulação, sendo inexistente, inicialmente, nos demais Ritos, embora acabasse sendo, posteriormente imitada. Em nosso país, primeiro em 1928 – no âmbito das Grandes Lojas brasileiras, oriundas da dissidência de 1927 – e, posteriormente no Grande Oriente do Brasil (GOB). Neste, essa cerimônia surgiu com a impressão de um Ritual de Instalação, em 1967, na gestão do Grão Mestre Álvaro Palmeira. Esse Ritual seria herdado pelos Grandes Orientes Autônomos, surgidos da dissidência de 1973, no Grande Oriente do Brasil.”

Hoje, essa cerimônia é adotada no mundo maçônico e, ser “Mestre Instalado”, deve ser o principal sonho de todo e qualquer Mestre.

Talvez seja, ao meu ver, mais importante que a obtenção dos Altos Graus, pois este último é uma conquista, dependendo muito do passar do tempo e de vários fatores. Ser Mestre Instalado é uma realização que depende muito de seu esforço, liderança, comprometimento e aceitação dos Obreiros de sua Loja!