segunda-feira, 11 de maio de 2009

nº 37 - Origem do R.'.E.'.A.'.A.'. e do Supremo Conselho


A Inglaterra, no fim da Idade Média, se antecipou do restante do “mundo” ocidental, tanto industrial como socialmente. Assim, enquanto a França, no século XVII, ainda tinha um regime absolutista de Direito Divino aos reis, ela já havia feito suas revoluções para liquidar esse regime.

Durante o período de 1558 a 1603 ocorreu o reinado de Elizabeth I, da Dinastia Tudor, filha de Henrique VIII e Ana Bolena, e como não teve descendentes, teve como sucessor Jayme I, da Dinastia Escocesa Stuart. Este tornou-se rei da Inglaterra Escócia e Irlanda, que havia sido submetida ao domínio inglês. O novo rei tornou-se impopular, forçando o exílio voluntário dos Ingleses, que migraram para as Colônias Americanas. Seu filho Carlos I reinou de 1625 até 1649 e era, também, absolutista. No fim desse período, começaram as guerras civis, e Carlos I foi executado. Tivemos um período de Republica, dirigida por um Conselho de Estado, presidido por Cromwell.

O que é importante saber, é que a esposa de Carlos I, Rainha Henriette, juntamente com seu filho, Carlos II, refugiaram-se na França, e com todos os partidários e parasitas da Corte, porque ela era prima irmã do Rei Luiz XIV, na época Rei da França. Posteriormente, em 1660, Carlos II e seu filho Jaime II, voltaram a reinar na Inglaterra, pois os ingleses ficaram descontentes com Cromwell, até que no reinado de Jaime II, em 1688, houve a famosa Revolução Gloriosa e, novamente a Corte inglesa se refugiou na França.

E, como nos relata Irmão Joaquim R. P. Cortez:

“Entende-se perfeitamente, a formação de diversos batalhões de tropas fiéis a eles e a formação de Lojas Maçônicas ligadas aos Regimentos Militares. Essas Lojas teriam sido o núcleo fundador da Maçonaria Escocesa. É evidente que essa Maçonaria, de Escoceses e Irlandeses, era totalmente desvinculada da Maçonaria Inglesa, mesmo porque, segundo consta, em seus encontros, sob sigilo maçônico, tramava-se a restauração dos Stuarts no trono inglês. Essa Maçonaria passou por uma série de transformações posteriores, ganhando um caráter elitista, aderindo a um grande misticismo e simbolismo, derivados do Hermetismo e Ocultismo, divulgando-se por toda a França. Com o aparecimento dos chamados “Altos Graus” e do primeiro Supremo Conselho, nos EUA em 1801, ela tomou um caráter internacional e difundiu-se para todo o mundo, transformando-se naquilo que conhecemos hoje por Rito Escocês Antigo e Aceito.”

O Supremo Conselho do Grau 33

O Maçom André Michel de Ramsay, nascido na Escócia, sonhava alto e dizia ser aristocrata (apesar de não ser) e foi escorraçado da Maçonaria da Escócia, por insistir em criar graus cavalheirescos. Na França, realizou seu sonho e foi aristocratizado como Cavaleiro da Ordem de São Lázaro. Preparou um discurso em 1737, onde pretendia, de acordo com suas antigas idéias, aristocratizar a Maçonaria, reformulando-a com a adoção de um sistema de Altos Graus, ligando-a aos Templários e aos nobres das famosas Cruzadas. Não se sabe se ele leu ou não esse discurso, mas, aparentemente, a semente vaidosa dos Altos Graus estava plantada e, em 1754, em Paris, surgiu o Capítulo de Clermont, de curta duração, que propunha-se a desenvolver os Altos Graus na Maçonaria

Conforme nos relata Mestre Castellani:

“...em 1758, a semente germinaria, e esse sistema “escocês”, em Paris, França, fundou o “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente”, ou, conhecido como “Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém”. Nesse mesmo ano, o “Conselho” criou um Sistema de Altos Graus, num total de 25 graus. Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Héredom”. Em 1761, o Maçom Etienne Morin, membro do Conselho, conseguiu autorização para fundar lojas de Altos Graus na América do Norte e isso foi feito. Entretanto, a Historia Maçônica nos conta que ele havia sido precedido, o que não impediu que esses Altos Graus, no Novo Mundo, progredissem e prosperassem. Entretanto, sem um poder moderador, para disciplinar e organizar o sistema, o mesmo se transformou num verdadeiro caos. Diante desse caos existente, um grupo de Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do Grau 33” que, por ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the World”. Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o ordem no caos que se havia transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador.”

Conclusão

O Rito Escocês Antigo e Aceito é um Rito especial, o primeiro a ter seus Altos Graus e, principalmente, no que diz respeito às suas origens, pois é dito “Escocês” e nasceu, como vimos na França. Os seus Altos Graus teve o motivo de criação, muito provavelmente, devido à vaidades pessoais dos membros da aristocracia em busca de títulos, apesar que, outros historiadores achem outros motivos para tal.

O que é importante considerar é que no seu nascimento, esse Rito era católico e o mesmo foi aristocratizado, motivos pelo qual a cor do Rito é vermelha (púrpura) que distingue os Cardeais, príncipes da Igreja, e os nobres e a realeza, com o uso do manto vermelho, que os dignificam.

domingo, 3 de maio de 2009

nº 36 - Loja Regular


Segundo Mackey, na “Encyclopedia of Freemansory” está definido o que segue abaixo:

“uma Loja trabalhando sob autoridade de uma Carta Constitutiva legal, é dita regular. Essa palavra foi primeiramente usada nas Constituições de Anderson, em 1723.”

Alec Mellor complementa:

“a noção de Regularidade aplica-se às Potencias, às Lojas e aos Maçons. Um Maçom é regular quando ele passa por uma Iniciação em uma Loja justa, perfeita e regular.”

Percebe-se claramente que somente é “regular” a Potencia que tem a chancela da Inglaterra, ou então, a chancela da Maçonaria Norte Americana (que a Maçonaria Inglesa teve que aceitar, muito a contragosto).

No mundo, hoje, conforme relatado no livro “Ramos da Acácia”– Editora A Trolha, existem dois blocos maçônicos: o “bloco regular” que são reconhecidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra, ou pelas Grandes Lojas dos EUA, e o “bloco irregular”, no caso de não ser reconhecido.

Desse modo, a Inglaterra, por ter sido a primeira obediência institucionalizada, arroga-se o direito de ser a única do poder de emitir Warrants de reconhecimento, aceitando, por tabela, que a poderosa Maçonaria Norte Americana, que também os emita.

No Brasil, a única Potência Maçônica reconhecida pela Maçonaria Inglesa é o GOB (em 06 de maio de 1935). As Grandes Lojas (1927) são tidas como “regulares” através das Grandes Lojas Americanas.

E, para finalizar e para que cada um tire as suas próprias conclusões, vou citar mais um parágrafo do “Ramos da Acácia”, citado acima, na sua página 38:

Na Maçonaria, a norma fundamental é a Constituição de Anderson (1723) e suas fontes são os Landmarks, institutos nos quais foi baseada. Os antigos postulados, as Old Charges, os Landmarks, são anteriores à norma fundamental (Constituições) e não expressam qualquer noção de submissão a qualquer instituição e nem mesmo nas Constituições inexistem afirmativas de que uma Loja Regular é aquela que pertença à Grande Loja de Londres. Portanto, a Maçonaria Regular, do ponto de vista LEGAL, é a que observa, imperativamente, os critérios tradicionais. Já a Maçonaria "Regular", politicamente, é aquela que tem o tratado de reconhecimento com a Grande Loja Unida da Inglaterra.