quinta-feira, 30 de julho de 2009

nº 45 - O que a Maçonaria não é...


Brethren,

Na maioria dos livros maçônicos nós temos uma série de afirmativas dizendo o que é a Maçonaria. Vamos fazer um caminho paralelo e fazer algumas afirmativas para esclarecer o que a Maçonaria não é ( extraído de livros Neo Zelandeses).

  1. A Maçonaria não é uma Instituição de Caridade, apesar de que ela realmente pratica Caridade. Devemos deixar claro que “Caridade” não consiste necessariamente somente de doação em dinheiro.
  2. A Maçonaria não se ocupa somente de providenciar benefícios por doença ou morte de seus Obreiros. Isso é uma função especifica da área “fraternal” da nossa Ordem. Igualmente, a Maçonaria, como regra geral, não providencia assistência para maçons idosos ou maçons enfermos. Nada impede que ela o faça, inclusive, que dê assistência em causas meritórias na comunidade, como um todo.
  3. A Maçonaria não é uma religião. Ela tem uma filosofia própria, a qual está em harmonia com todas as crenças, e que transcende a fé sectária. Cada Irmão deverá venerar conforme sua própria opinião e devoção.
  4. A Maçonaria não existe, nem deve ser usada, para promover os Obreiros em si, muito menos para promover interesses de negócios ou atividades comerciais.
  5. A Maçonaria não é um “Clube Social”, apesar de ter uma vida social entre seus membros. Alguns Irmãos tendem, realmente, a fazer disso a maior parte de suas vidas Maçônicas. É um erro que deve ser corrigido, quando ocorre.

Enfim, a Maçonaria é um peculiar Sistema de Moralidade velada em Alegorias e ilustrada por Símbolos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

nº 44 - Esotérico e Exotérico


Brethren,

Vejam duas palavras muito semelhantes, mas de significado totalmente diferente. O “Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Aurélio” nos relata:

  • ESOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos. 2) todo ensinamento ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes. 3) diz-se de ensinamento ligado ao ocultismo. 4) compreensível apenas por poucos; obscuro; hermético.

  • EXOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialético, provável, verossímil.

Referente à Maçonaria, temos alguns relatos de conceituados Mestres:

Octaviano Bastos: “na Maçonaria, a parte esotérica ou interna só é conhecida dos estudiosos e compreendida dos homens de alma e faculdades privilegiadas, e por isso o esoterismo da Ordem constitui a Iniciação íntima em todos os segredos e tendências Maçônicas”.

Albert G. Mackey: “as palavras esoterikós, interno, e exoterikós, externo, derivam do grego e foram usadas, em primeiro lugar, por Pitágoras, cuja filosofia foi dividida em exotérica, isto é, aquela que ensinava a todos; e a esotérica, ou aquela ensinada a alguns poucos selecionados; dessa forma, os seus discípulos foram divididos em duas classes, de acordo com o grau de Iniciação que tinham atingido ... esse modo dúplice de instrução foi imitado por Pitágoras dos sacerdotes egípcios, cuja teologia eram de duas espécies – uma exotérica dirigida para o público em geral e a outra esotérica, e limitada a um número selecionado de sacerdotes e aos que possuíam ou estavam para receber o poder real. Dois séculos mais tarde, Aristóteles adotou o sistema de Pitágoras, e no Liceu de Atenas, de manhã, comunicava aos discípulos selecionados as suas sutis e ocultas doutrinas, e a tarde, ensinava sobre assuntos elementares a uma assistência indistinta”.

Nicola Aslan: “como em todas as escolas filosóficas e iniciáticas são inúmeros aqueles que não passam do umbral. Por isso, inúmeros Maçons, que não passaram do estudo do aspecto social da Maçonaria, não tendo conseguido compreender ou se interessar ao aspecto esotérico e iniciático da Instituição, tem-se mostrado desiludidos. Porem, se por seus próprios esforços conseguirem retirar a venda que tem sobre os olhos, há de lhes aparecer uma visão deslumbrante da “Luz” iniciática e maçônica”.

domingo, 19 de julho de 2009

nº 43 - Possível Origem das Três Batidas


O uso de batidas para chamar a atenção de pessoas presentes em uma reunião é um antigo costume. Tanto é verdade que, numa fábrica de tecidos, em 1335, em York Minster, Inglaterra, foi registrado os detalhes de uma construção que estava sendo feita nessa fábrica, por um grupo de Maçons Operativos. Ali é mencionando o trabalho em si, descanso, etc, e menciona, também, que os Maçons eram chamados após a refeição para assumirem novamente o trabalho, por batidas dadas na porta da Loja. Esta Loja, como já foi dito em outras Pílulas, sem dúvida, deveria ser um abrigo coberto perto da referida construção.

Hoje em dia, na Maçonaria Especulativa, as batidas foram deliberadamente variadas para distinguir os três Graus Simbólicos, uns dos outros.

Muitas das praticas maçônicas tem forte semelhança com as práticas Eclesiásticas, apesar que, muitas vezes, falta uma evidência definitiva. Entretanto, é fato que a Maçonaria Operativa foi empregada largamente nas construções de Catedrais e outras construções para a Igreja, onde podemos supor que as práticas e costumes dos monges, abades, etc, não eram inteiramente desconhecidas dos integrantes da Maçonaria Operativa, da qual a Maçonaria Especulativa derivou.

Um exemplo do uso eclesiástico de batidas é visto quando um novo Bispo está sendo entronado. Ele se aproxima da porta Leste da Catedral e com três pancadas nesta, com o seu Bastão Pastoral, obtém a atenção do Deão e dos membros do Capitulo, dos quais ele obterá permissão para entrar na conclusão da Cerimônia para sua total introdução no Episcopado.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

nº 42 - Arquitetura


Brethren,

Vejam o que nos diz o Bro Robert Macoy no seu “A Dictionary of Freemasonry”:

“arquitetura é uma das primeiras profissões que o homem tornou propícia para si, e como consequencia, foi o primeiro passo no desenvolvimento de sua mente. Surpreendentemente, tem a ciência da Arquitetura crescido e tem sempre honrado e tornado respeitável um arquiteto experiente!

A ciência começou com a construção de simples cabanas; o próximo passo foi erigir “altares” nos quais se ofereciam sacrifícios para os deuses ( na minha opinião, a situação aqui é invertida: me parece que o homem primeiro construiu os altares e, posteriormente, para se proteger, construiu as barracas ou cabanas). De sua fértil e própria imaginação seguiram-se moradas e casas mais complexas, após as quais, em rápida sucessão, vieram os palácios para suas princesas, pontes sobre rios de fortes correntezas, para que pudessem, cada vez mais, manter contatos com seus vizinhos e amigos. Piramides e torres, orgulhosamente apontando para os céus.

Catacumbas de enormes dimensões para o sepultamento de seus mortos, e o mais deslumbrante Templo em honra do Grande Arquiteto do céu e da terra.

Nós, então, adotamos o título de “Maçons” para nossa nossa antiga Ordem, em alusão a mais antiga e honrável ocupação profissional do ser humano. As ferramentas de trabalho da Maçonaria Operativa se tornaram nossos Símbolos, por que não acharíamos nada melhor, nem mais expressivas do que elas.

Nenhuma outra ocupação é tão extensa e que tem tão estreita ligação com as outras. Tem inumerávéis caminhos, nos quais faz tremendo esforço, para entrar no Templo Imperecível dos conhecimentos.”

segunda-feira, 6 de julho de 2009

nº 41 - Descristianização da Maçonaria


As “Old Charges” mostram que na Maçonaria Operativa os maçons eram, sem dúvidas, Cristãos Trinitários. Entretanto após a formação da Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717, na Inglaterra, houve uma “descristianização” durante a formação da Maçonaria Especulativa.

A mudança se concretizou em 1723 na Constituição de Anderson, onde, no Capítulo referente a “Deus e Religião” ficou estabelecido que as opiniões religiosas seriam particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que todos os homens concordam.

Isto, obviamente, era baseado na política dessa nova Grande Loja para evitar discussões religiosas e políticas, sendo estas os principais motivos de discórdia e destruição da harmonia na época.

Devemos observar que os maçons já tinham conhecimento, naqueles tempos, dos perigos apresentados nas discussões sobre religião e política. A Grande Loja foi formada logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o “Antigo Pretendente” (filho de James II).

Opiniões políticas e religiosas eram conduzidas de modo duro e amargo, e a desunião entre os Whigs (Hanoverianos) e os Toris (Stuarts) era muito profunda. O primeiro grupo era, na maioria, Protestantes e o segundo grupo, Católicos Romanos.

Uma introdução de qualquer tendência na Política e/ou Religião na Francomaçonaria, naquele estágio, poderia ser desastrosa.

Consequentemente, essa alteração na base religiosa da Ordem permitiu que Judeus, Muçulmanos, Budistas e outros não-Cristãos, mas que acreditam em um Supremo Criador, se tornem membros da francomaçonaria.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

nº 40 - Loja Quatuor Coronati


Esta Loja, registrada sob o nº 2076 na Grande Loja Unida da Inglaterra, tem o orgulho de manter o lugar de primeira Loja de Pesquisa Maçônica do mundo. Está localizada em Londres e seus membros são todos reconhecidos como sendo os mais notáveis conhecedores de assuntos sobre Maçonaria.

Os tratados, os artigos da Loja, ou seja, os “Arts Quatuor Coronatorum” são totalmente aceitos como os mais competentes no assunto. Há um Circulo de Correspondentes no mundo todo.

A Loja tem também prestado enorme serviço à Ordem através de publicações de cópias exatas de importantes manuscritos, os Old Charges, etc.

Os “quatuor coronati” (os quatro mártires coroados, apesar de que na verdade eram nove (09) na estória relatada) tem sido por longo tempo considerados como os Santos Patronos da Ordem Maçônica.

A breve estória sobre eles é a seguinte:

O Imperador Dioclesiano visitou as pedreiras de Pannonia onde haviam quatro profissionais altamente qualificados na “Arte de Esquadrejar Pedras”. Eles eram Cristãos e mantinham isso em segredo, fazendo todos seus trabalhos em Nome do Senhor. A eles foi unido um outro profissional, de igual comportamento, inspirado no exemplo dos outros quatro.

Esses trabalhadores recusaram os pedidos do Imperador de fazerem uma estátua do deus pagão Aesculapius. Foram martirizados sendo colocados em caixões de chumbo e jogados no rio.

Dioclesiano tinha um Templo erigido a esse deus pagão e ordenou a seus soldados de fazerem oferendas a esse deus. Quatro soldados também cristãos se recusaram e, consequentemente, foram martirizados por açoitamento até a morte.

Alguns anos mais tarde, uma Igreja foi erigida e dedicada aos “Quatro Mártires Coroados” (Four Crowned Martyrs), apesar de comemorarem o total de nove mártires.

A referencia de estarem sendo “coroados” se presume estar ligado com o dito popular “a coroação do mártir” dando a entender as ricas gratificações para todos aqueles que morrem pela fé.