quinta-feira, 29 de abril de 2010

nº 70 - Liberdade, Igualdade e Fraternidade


Uma boa parte dos Maçons do Brasil, principalmente aqueles com o peito cheio de ufanismo, com um desvanecimento típico dos que vêm a Maçonaria em todas as coisas e causadora de tudo que ocorre, acha que a Revolução Francesa, em 1789, usou essa divisa maçônica.

Inclusive, esse pessoal acha que a Maçonaria promoveu e articulou a Revolução Francesa. Sabe-se hoje que isso não é verídico.

Na verdade, a história nua e crua é bem diferente. Na época da Revolução Francesa existiu a trilogia: “Liberdade, Igualdade ou a Morte (Liberte, Égalité ou la Mort)”. Os detalhes de como apareceu, encontram-se em livros de história e não serão citados. Somente em 1848, portanto quase 60 anos depois, no momento político na França, denominado pelos franceses de “2ª Republica” é que a trilogia citada se transforma em “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Aí, nessa época, é que ocorreu o inverso do que boa parte dos Maçons pensa: a Maçonaria Francesa adotou essa divisa e, devido a influencia e a disseminação da mesma em todo o mundo maçônico, a divisa foi junto, chegando ao Brasil e em toda América Latina.

Alec Mellor, conceituado historiador francês, no “Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco Maçons” (Coleção Arcanum, primeira edição brasileira em 1989, pela Livraria Martins Fontes Editora Ltda) deixa bem claro aos leitores que na 1ª Republica Francesa apareceu a divisa “Liberdade, Igualdade ou a Morte” e que não foi ideologia maçônica.

Na 2ª Republica se transformou em “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” e que a Maçonaria tomou tal divisa emprestada à Republica.

Esse hábito que a Maçonaria tem em adotar Símbolos, Emblemas, Divisas, etc, é muito salutar, no sentido de incutir força moral em seus ensinamentos.

Desse modo, como exemplo, ela foi buscar e adotou a “Estrela de Cinco Pontas” e promove, através dela, todo esoterismo cabível e adequado. Esse Símbolo é muito antigo e muitos Maçons acham que a Maçonaria, por possuí-lo, é tão antiga quanto ele.

Ledo engano: esquecem que esse Símbolo só apareceu na Maçonaria na sua Fase Especulativa, de 1717 para cá.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

nº 69 - Justa, Perfeita e Regular


Por que são usados os termos “Justa, Perfeita e Regular” para descrever uma Loja Simbólica?

Muitas vezes nós ouvimos essa expressão e nos passa despercebidos sua significação e a consideração devida. Muitas vezes são pronunciadas em bom tom, para enfatizar algo e repercutir de maneira adequada.

Essa expressão é usada para descrever uma Loja Simbólica e garantir que seus membros, Aprendizes, Companheiros e Mestres, são verdadeiramente membros da Pura e Antiga Maçonaria.

Uma Loja é JUSTA quando as Três Grandes Luzes Emblemáticas estão presentes.

Uma Loja é PERFEITA quando o número de obreiros está dentro do requerido constitucionalmente.

Uma Loja é REGULAR quando está trabalhando na presença de Carta Constitutiva, emitida por uma autoridade maçônica legal.

Dessa maneira, como afirma Nicola Aslan no “Grande Dicionário Enciclopédico”, Editora Artenova, Rio de Janeiro, 1974, a Loja Justa, Perfeita e Regular é a que goza de pleno uso de todos os seus direitos Maçônicos, completamente independente de qualquer outra Loja e sem outras limitações a não ser aquelas estabelecidas na Constituição e nos Regulamentos Gerais da Obediência da qual é jurisdicionada.

sábado, 10 de abril de 2010

nº 68 - Lance o balde onde você está!


Brethren,

Saindo um pouco da nossa seqüência de assuntos Maçônicos, quero apresentar uma tradução de um pequeno artigo, que em 1961 era comentado pelo Past Máster da “Cortage Grove Lodge nº 51”, Oregon, EUA, Mr. Elbert Bede.

Dizia ele que Booker T. Washington, famoso educador da raça negra, quando queria encorajar seu povo, contava a estória de um veleiro, parado devido à calmaria reinante no litoral norte da América do Sul. A tripulação da embarcação estava em desespero devido à falta de água potável. Todos estavam com sede, necessitando tomar água o mais rápido possível.

Nisso, uma outra embarcação se aproximou e o capitão da embarcação necessitada mandou mensagens explicando a necessidade de água fresca. Ele obteve como resposta: “lance o balde onde você está!”. O capitão não entendeu porque deveria lançar o balde no mar e trazer água salgada.

Por mais três vezes mandou mensagens mostrando a necessidade de água potável. E por mais três vezes recebeu como resposta: “lance o balde onde você está!”. Finalmente, ele mandou que lançassem o balde e o mesmo veio cheio de água fresca e potável.

Milagre! Foi o primeiro pensamento de todos na embarcação necessitada. Não. Simplesmente eles estavam na foz do rio Amazonas, que lança milhares de toneladas de água fresca mar adentro, e eles não haviam se apercebido de tal fato. Ali, as margens são tão distantes que se tem a impressão de estar em mar aberto.

Todos tinham tido a oportunidade de matar a sede, mas a oportunidade não havia sido reconhecida.

Mr. Bede complementava seu comentário: “não está aqui uma lição para nossa vida na Maçonaria e na nossa vida do dia-a-dia? Muitos reclamam que as oportunidades nunca aparecem onde eles estão. A verdade é que falhamos em reconhece-las. Se trabalhamos numa firma grande, achamos que as oportunidades estão nas firmas pequenas. E vice versa. Nas Lojas a mesma coisa. Se me dessem chance eu faria isso, ou seria aquilo, etc. O segredo é esse: LANCE O SEU BALDE ONDE VOCE ESTÁ!

E você verá as coisas acontecerem. Os exemplos estão em todas as partes do mundo. Em todas as áreas.

Pois é... podíamos ao menos pensar sobre isso.

domingo, 4 de abril de 2010

nº 67 - O Ritual na Maçonaria


Um “Ritual” é a forma de conduzir, com procedimentos e cerimoniais anteriormente estabelecidos, todas as cerimônias de um determinado Rito Maçônico.

Portanto, na Maçonaria, é o livro que contem as fórmulas e demais instruções necessárias para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos em geral. Cada grau tem o seu Ritual particular e também cada espécie de cerimônia, havendo Rituais de Iniciação, de Banquete, etc. A forma de abrir e fechar os Trabalhos, assume a forma de um diálogo com a repetição de certos fatos relativos à Ordem (Nicola Aslan – Grande Dicionário Enciclopédico – Ed. Trolha).

E por que se usa um Ritual na Maçonaria? Por que há uma forma fixada para abrir e fechar uma Loja? Por que não fazer isso tudo com um golpe do Malhete?

A Maçonaria usa o ritual pelo mesmo motivo que um ator usa o “script”: para estar seguro que cada Oficial da Loja saiba, na certeza, o que tem para falar e fazer, e, muito importante, o que os demais Oficiais falarão e farão.

O Ritual está enraizado na tradição da Maçonaria. A repetição dos acontecimentos e das “falas” está em linha com a Natureza – o surgimento e o pôr do Sol – o fluxo e refluxo das marés – as mudanças das estações do ano, etc.

As repetições nos dão a oportunidade de ver, mais e mais as belezas das nossas Cerimônias. É possível que, sem o uso do Ritual, a Maçonaria Simbólica, pararia de existir.

Na Inglaterra, EUA, Nova Zelândia e Austrália, o Ritual é decorado, exigindo muito trabalho e força de vontade dos Oficiais da Loja. Com isso, apesar de exigir mais sacrifício, esse comportamento valoriza e dignifica um pouco mais as funções dos Oficiais.

A prática do uso do Ritual parece ser um instinto profundo enraizado na natureza humana. Desse modo, o Ritual está presente nas cerimônias religiosas, nas preces, e em outras cerimônias com as quais estamos acostumados no nosso dia-a dia, incluindo: Batismo, Casamento, Funeral, Júri e muitas outras.