terça-feira, 29 de novembro de 2011

nº 122 - O Delta Sagrado


Por definição, segundo o dicionário Aurélio, “Delta” é a quarta letra do alfabeto grego, correspondente ao nosso D, e que tem a forma de um triangulo isósceles (os três lados iguais). É também, por semelhança, a foz, caracterizada pela presença de ilhas de aluvião, geralmente de configuração triangular, assentadas à embocadura de um rio, e que forma canais até o mar.

Na Maçonaria, no Oriente de uma Loja, por cima do Trono do Venerável Mestre, brilha o Delta Sagrado, normalmente, com o “Olho Divino” no centro. É o símbolo do Poder Supremo e também do primeiro princípio – ONISCIÊNCIA - que é a suprema realidade, em seus três lados, ou qualidades primordiais que o definem. De ambos os lados do Delta, que representa a Verdadeira Luz, a Luz da Realidade Transcendente, aparecem o Sol e a Lua, os dois luminares visíveis e reflexos dessa luz invisível, que ilumina a Terra, e que, simbolicamente, representam as luzes: intelectual e a moral (Nicola Aslan).

O Delta é um dos mais importantes símbolos maçônicos. No Templo Maçônico, como dito acima, ele fica atrás do trono do Venerável Mestre e deverá ficar numa altura tal que sua visão não seja obstruída pelo Venerável quando este estiver de pé.

Ele é tão importante que quando um maçom cruza a Linha do Equador num Templo Maçônico, ele faz uma leve saudação ao Delta (muitos pensam, erradamente, que a saudação é feita ao Venerável Mestre – ver Pílula Maçônica nº 121).

Muitas vezes é colocado, em menor tamanho, na parte frontal externa do Dossel.

Nos Ritos teistas (Adoniramita, Escocês, etc) o Delta representa a presença da Divindade e, normalmente, no seu interior são colocados símbolos representativos, tais como a letra hebraica iod”, ou mesmo, o tetragrama.

Nos Ritos agnósticos, o Delta representa a sabedoria, o conhecimento. No seu interior, normalmente é colocado o “Olho que Tudo Vê” (vide Pílula Maçônica nº 95).

Por todos os motivos mencionados, é que, a visão do Delta não pode ser obstruída por nada e por ninguém.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 20 de novembro de 2011

nº 121 - Similaridade entre Templo Maçônico e o planeta Terra


É sabido que no nosso planeta Terra, para se determinar com exatidão um determinado ponto sobre sua superfície, utilizamos de um sistema de coordenadas geográficas denominadas Longitude e Latitude. E, importante, considera o planeta como se fosse uma esfera perfeita.

Assim, existe uma rede de círculos que passam pelos dois pólos do planeta (longitudinais – são os meridianos) e outra rede de círculos paralelos ao Equador (latitude). Assim, a partir dele, o Equador terrestre, contam-se as latitudes (paralelos), em graus, em direção aos pólos.

Nas posições equivalentes a 23° e 27’ para o norte e para o sul, encontramos, respectivamente, o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.

O Templo Maçônico, que simbolicamente, é representação da Terra, também possui essas linhas. As duas Colunas Vestibulares, J e B, no REAA, marcam a passagem, ao Norte (à esquerda de quem entra) do Trópico de Câncer e ao sul (à direita de quem entra) do Trópico de Capricórnio.

A linha central, da porta em direção ao Trono, é a Linha do Equador.

É costume no Rito citado acima que um Irmão quando cruza, no Ocidente, a Linha do Equador, fazer uma leve saudação com a cabeça ao “Delta Sagrado”, representação simbólica do GADU.

A saudação é feita ao GADU e não ao Venerável Mestre, ao contrário do que muitos Maçons pensam.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

terça-feira, 8 de novembro de 2011

nº 120 - Frederico II, Rei da Prússia e o Supremo Conselho do REAA - A Lenda


O nome de Frederico II, Rei da Prússia, é encontrado nos Rituais escoceses dos Altos Graus (REAA), com alta freqüência, e é tido como criador e autor dessa Ordem.

É dito que o Rito Escocês Antigo e Aceito de 33 Graus repousa nas Grandes Constituições de 1º de maio de 1786, feitas por Frederico II, Rei da Prússia.

Tomando por base o livro "Frederico, o Grande e a Maçonaria" do Mestre Kurt Prober e o livro "O Rito Escocês Antigo e Aceito" do Mestre José Castellani, veremos que tal afirmativa não é um fato histórico e sim, uma farsa que deve ser, atualmente, considerada como uma lenda, como muitas outras que se tem na Maçonaria.

É sabido que, em 1786, Frederico II era um idoso doente e acamado. Não estava mais participando da Ordem Maçônica já fazia um bom tempo. Foi Iniciado em 1738, escondido de seu severo pai, fundou e foi Grão Mestre da Grande Loja "Três Globos", em 1744. Aparentemente, finalizou , em 1747, suas atividades maçônicas (Rebold).

Além do mais, esse fato, ficou desconhecido do mundo maçônico de 1786 até 1804. Por que?

Essa afirmativa de ter sido ele, Frederico II, o "fundador" do primeiro Supremo Conselho do Grau 33, não tem, hoje, qualquer credibilidade entre os verdadeiros escritores históricos maçônicos da nossa Ordem.

O inicio dos Altos Graus do REAA foi em Paris, em 1758, com a criação do Conselho dos Imperadores do Ocidente e do Oriente, que instituiu o Rito de Perfeição ou de Héredon, com 25 graus, influenciado pela Aristocracia e, possivelmente, do Alto Clero, através da Ordem dos Jesuítas (vide Pílula Maçônica nº 38).

Qual o motivo, então, de ter aparecido essa "falsa versão" dos fatos históricos?

Ora, os interesses políticos e a vaidade, sempre existiram em todos os setores, inclusive na Ordem Maçônica. Os países da Europa, com toda sua tradição e imponência, não poderiam, jamais, aceitar que fato tão importante para a Maçonaria tivesse berço num país "selvagem", como era considerado os EUA, naquela época.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017