domingo, 25 de março de 2012

nº 134 - Discussão Política e Religiosa


As discussões políticas e religiosas já tinham sido proibidas, anteriormente, dentro das lojas pelos estatutos de Anderson. Essas discussões são também proibidas na Maçonaria contemporânea com o mesmo rigor.

Essa proibição se concretizou em 1723 na Constituição de Anderson, onde, no Capítulo referente a “Deus e Religião” ficou estabelecido que as opiniões religiosas seriam particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que todos os homens concordam.

Isto, obviamente, era baseado na política dessa nova Grande Loja (fusão de 04 Lojas, ocorrida em 1717, em Londres) para evitar discussões religiosas e políticas, sendo estas os principais motivos de discórdia e destruição da harmonia na época.

Devemos observar que os maçons já tinham conhecimento, naqueles tempos, dos perigos apresentados nas discussões sobre religião e política. A Grande Loja foi formada, em Londres, logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o “Antigo Pretendente” (filho de James II). Opiniões políticas e religiosas eram conduzidas de modo duro e amargo, e a desunião entre os Whigs (Hanoverianos) e os Toris (Stuarts) era muito profunda. O primeiro grupo era, na maioria, Protestantes e o segundo grupo, Católicos Romanos.

Uma introdução de qualquer tendência na Política e/ou Religião na Francomaçonaria, naquele estágio, poderia ser desastrosa.

Além disso, a guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental a Fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas, filosóficas ou religiosas. Se optassem por uma das definições teológicas já existentes na época, estariam filiando a Maçonaria à instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam todos aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos de uma nova religião, e assim afastariam também os sinceros adeptos de todas as outras (Eleutério N. Conceição).

Os trabalhos no Tempo de Estudo, ou as Conferências, devem evitar esse assunto com cuidado e, por essa razão, o Venerável Mestre reserva-se o direito de proibi-las, se o assunto anunciado, sobre o qual deve estar informado, lhe parecer indesejável.

Até fora da Loja, essas discussões são proibidas, e admite-se que perguntar a um irmão quais são as suas opiniões políticas seja uma indiscrição. Aparentemente, nas Obediências irregulares, essa regra é violada de maneira permanente, e pode-se até dizer que as conferências “anti-religiosas’ constituem o essencial dos programas de certas lojas em que o velho anticlericalismo está longe de estar morto. (Alec Mellor – Dic. da Franco Maçonaria – pag. 105).

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

domingo, 18 de março de 2012

nº 133 - As paredes vermelhas no Templo para R.E.A.A.


Temos sido questionados o “por que” das paredes dos Templos da Associação Beneficente Barão de Mauá serem na cor vermelha.

Isso deve-se ao fato de que a maioria das Lojas que usam nossos Templos praticam o REAA e é considerado correto, por nós, o uso dessa cor para esse Rito.

O Mestre Castellani durante trinta anos tentou fazer com que as Lojas que praticam esse Rito mudassem de azul para vermelho, pois essa é a cor do Rito.
Para esclarecer, veremos um pequeno resumo do que ele escreveu em alguns de seus livros:

“Assim se verá, por exemplo, que, COMO OCORRE EM TODO O MUNDO, o Templo Escocês tem suas paredes púrpuras, porque a cor do REAA é a vermelha... Em termos de cor do Rito – e, portanto, das paredes do Templo e da orla do Avental do Mestre Maçom – a mesma é especifica vermelha. Quando fui exaltado a Mestre em 1966, recebi meu avental de orla vermelha.

Lamentável é que o Grande Oriente do Brasil, que seguia a orientação mundial, tenha, posteriormente, seguido o erro das Grandes Lojas estaduais brasileiras (surgidas da cisão de 1927, no GOB) e “azulado” seus Templos Escoceses e seus Aventais.

Ocorre que as primeiras Grandes Lojas, surgidas naquele ano, tomaram, através de Mario Behring, como modelo, a Grande Loja de New York, onde, realmente , tudo é azul, esquecendo que lá funciona no Rito de York, QUE É REALMENTE AZUL.

Quem quiser comprovar o que digo, basta circular pelas Lojas da America do Sul, e irá ver as Lojas do Chile, Uruguai, Argentina, etc, na cor vermelha.”

Devo lembrar , também, que a origem do REAA foi na França, com influencia direta do Colégio Clermont, comandado pelo Alto Clero, Nobreza e pelos Jesuítas, cuja cor predileta é a cor vermelha.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

quinta-feira, 8 de março de 2012

Nº 132 - Esquadro


Qual o significado do instrumento “Esquadro” na Maçonaria?

O “Esquadro”, além de ser a Jóia do Venerável Mestre, é a segunda das “Três Grandes Luzes” que iluminam as Lojas. O primeiro é o “Livro da Lei”, e a terceira, o “Compasso”. Ele se associa com este último, suas partes entrecruzadas ou sobrepostas com as pernas do Compasso de maneira variável de acordo com o grau Simbólico em que funciona a Loja e com o Rito.

Simboliza a retidão moral, razão pela qual as suas partes são rígidas – daí a expressão “viver de acordo com o Esquadro”.

Vejam abaixo o que nos diz o Mestre Allec Mellor:

“várias tumbas de arquitetos da idade Média representam o Esquadro e o Compasso associados, mas com um significado puramente operativo. É o caso de se perguntar, contudo, se um significado mais esotérico já não aparecia no célebre esquadro de metal descoberto na ponte de Limerick (Baal's Bridge) na Irlanda, quando de sua reconstrução. Essa peça curiosa representa a data de 1517 e as seguintes palavras: “esforçar-me-ei para viver no amor e na solicitude. Na retidão, de acordo com o esquadro”.

Nada permite afirmar que se trata de uma falsificação. Admitindo-se, contudo, que a data de 1517 seja autentica, é excepcional encontrar o simbolismo do Esquadro num sentido tão inusitado na época. Apesar que, fora da Maçonaria, encontra-se esse Símbolo em outros simbolismos, inclusive na filosofia chinesa, com a mesma significação.

M.’.I.’. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017