quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

nº 58 - Tradição Maçônica


A manutenção da Tradição de nossa Ordem faz com que a pratiquemos, agora no século XXI, periodicamente e de forma constante, conforme Rituais estabelecidos em 1790, aproximadamente.

É por meio da Tradição que grupos humanos mantém seus costumes, seus hábitos, suas conquistas morais e sociais, entre outras coisas. A cultura adquirida é assim mantida. Desse modo, a manutenção dos parâmetros estabelecidos nesses Rituais é que permite que a Maçonaria seja secular. Se assim não fosse nossa Ordem já teria se pulverizado.

Ao contrário do que muitos pensam, nossa Ordem não desconsidera a evolução e os atuais meios de comunicação e a tecnologia. Repare que, mantendo a Tradição, e ao mesmo tempo, a tecnologia é aplicada na medida do possível. Vamos dar alguns exemplos: o Pavimento de Mosaicos permanece o mesmo, porém o material do qual é feito muda. O que antigamente era somente feito de granito preto e mármore branco, hoje existe variedade enorme de materiais sintéticos que os substituem.

A função do Secretário era antigamente executada totalmente através de manuscritos. Hoje nos usamos os recursos dos computadores. Inclusive, existem Lojas nas quais as Atas são enviadas pela Internet e a concordância é feita na próxima Loja.

O “Tempo de Estudos” era feito somente através da leitura do Trabalho. Hoje nós temos uma série de recursos fornecidos pela mais alta tecnologia, como o uso de computadores e projeção em tela, comandados à distancia. Além de outros recursos áudio visuais.

As Colunas “J” e “B” antigamente eram fundidas em metal, e posteriormente feitas em pedras e gesso. Hoje a tecnologia do Plástico está adiantadíssima e nos permite que as mesmas sejam feitas com esse material extremamente leve e durável.

A manutenção imutável do Ritual através da Tradição, faz com que a Ordem também seja imutável ao longo dos séculos. Isso não quer dizer que ficará ou está obsoleta.

Mesmo assim, pequenas mudanças ocorrem. Apesar do rigor em manter a tradição, o GOB reconhece hoje seis Ritos. Ou seja, pequenas mudanças foram feitas no Ritual original e geraram derivativos, cuja única finalidade, ao meu ver, foi satisfazer a vaidade de pessoas, pois a essência desses Ritos são iguais.

Qual a necessidade do GOB ser reconhecido pela Grande Loja Unida da Inglaterra? O GOB não funcionaria do mesmo modo sem esse reconhecimento? A resposta é sim. Entretanto, esse reconhecimento, mantém a Tradição, e não permite mudanças radicais, fazendo com que o Sistema permaneça imutável, não descambe e nem se modifique alterando as características originais.

Por que o MacDonald's é igual no mundo todo? Se você quiser montar um no seu bairro, vai ter que fazer exatamente conforme descrito no contrato do franchise, e nada poderá ser mudado, ou não será feito. Por que? Porque essa é a maneira de preservar algo que deu certo, é bom e teve sucesso!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

nº 57 - Aquisição e Desenvolvimento de um Mestre Maçom


No caso de uma Loja Maçônica querer adquirir um novo membro na Ordem, o primeiro passo é a Sindicância.

Como é sabido, o conjunto de informações conseguidas sobre um profano, denomina-se “Sindicância”. É extremamente importante a seriedade com que os Sindicantes deverão fazer esse trabalho exigido pela Loja. Mais importante ainda, é a indicação feita pelo proponente. Se o candidato foi indicado por ser amigo do proponente e não por ter qualidades e virtudes que o transformarão em um bom Maçom, segue-se uma Sindicância imperfeita.

O proponente, antes de mais nada, deve saber muito sobre a Maçonaria para poder esclarecer o candidato que fará, sem dúvidas, uma série de perguntas: o que é; para que serve; sua história; metas; etc, etc.

Se o proponente não responde com clareza e certeza, o candidato poderá se tornar um Maçom, sem saber o principal, confiando no amigo que disse que a Maçonaria é uma “coisa legal! Você vai gostar!”.

O processo de Iniciação é importantíssimo. O candidato, vendado, é conduzido em diversas passagens e deve estar confiante, sem temor, crendo que está entre pessoas nobres e diferenciadas. Cerimônias com passagens bisonhas, gracejos, brincadeiras perigosas ou de mau gosto, fazem que ocorra uma má Iniciação, gerando um Maçom que nunca levará a sério a nossa sublime Ordem.

Uma vez Aprendiz Maçom, receberá este, uma série de Instruções sobre a Simbologia, sobre as Ferramentas do Grau, etc, para que processe o desbaste da “pedra bruta”.

Enfim, Maçonaria é estudo... estudo... estudo...

E o Aprendiz mal instruído devido a didática pobre do instrutor, da falta de leitura dos clássicos maçônicos, da falta de conhecimento e cumprimento da Legislação Maçônica, das pavonices e vaidades em Loja, das incoerências ritualísticas, etc, dará um Companheiro despreparado e desmotivado. Tudo pode ser agravado pela pressa no “aumento de salário”.

Ensinar, é transmitir conhecimento. Conhecimento sólido, abrangente que se transformará no alicerce de um verdadeiro Mestre Maçom.

Instruções mal dadas, transmissão precária de conhecimentos, não exigir trabalhos sérios e bem pesquisados, farão um mau Aprendiz, que será um péssimo Companheiro e um Mestre ridículo.


Colaboração do M.´.I.´. Fernando Tulio Colacioppo Sobrinho - CIM 205702

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

nº 56 - As Seis Grandes Lojas da Inglaterra


Nos séculos XVIII e inicio do século XIX ocorreu na Inglaterra uma formação simultânea de “Grandes Lojas”, começando pela primeira em todo o mundo, que foi a Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717. Posteriormente, algo semelhante ocorreria, também, nos demais países.
Baseando-me em livros de origem inglesa, inclusive um pequeno livro editado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, a mim ofertado pelo meu Irmão gêmeo Pedro Américo (The History of English Freemasonry), vou expor abaixo um resumo das seis Grandes Lojas que apareceram na Inglaterra naquela época.
  • A primeira delas foi a “Grande Loja de Londres e Westminster”, de 1717, a mãe de todas as Grandes Lojas do mundo, que permaneceu ativa ao longo dos anos, transformando-se, em 1813, na Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).
  • A segunda delas, apareceu em 1725: a antiga Loja da cidade de York, norte da Inglaterra, transformou-se na “Grande Loja de Toda a Inglaterra”. Entretanto, sua influencia se restringia nas províncias de York, Cheshire, e Lancashire. Ela existiu por algumas décadas, elegendo seus próprios Grãos Mestres, erigindo também suas próprias oficinas de Royal Arch e Cavaleiros Templários. Dessa Grande Loja apareceu uma outra em 1779, que será a 4ª em nossa seqüência..
  • A terceira Grande Loja foi a “Grande Loja dos Antigos” em 1751, a qual, juntando-se, em 1813, com a primeira mencionada acima, também conhecida como a dos “Modernos”, formou a “Grande Loja Unida da Inglaterra” (GLUI).
  • A quarta foi formada em 1779. Com a responsabilidade e autoridade da Grande Loja de Toda Inglaterra foi formada a “Grande Loja do Sul do Rio Trent”, constituída de antigas Lojas que estavam em desacordo com as diretrizes da primeira Grande Loja. Em 1788, ajuntou-se com a terceira das Grandes Lojas, a “Grande Loja dos Antigos” e parou de existir.
  • A quinta delas, e é a que existe hoje, foi formada em 1813. A primeira Grande Loja juntou-se com a “Grande Loja dos Antigos” para dar ao mundo maçônico a “Grande Loja Unida dos Antigos Maçons, Livres e Aceitos da Inglaterra”, conhecida por todos hoje em dia como a “Grande Loja Unida da Inglaterra” (GLUI).
  • A sexta e ultima apareceu e sumiu da seguinte forma: após a união, descrita acima, em 1813, houve dificuldades com algumas Lojas e quatro delas, afastadas da GLUI, formaram em 1823, estabelecida em Wigan, a “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as Antigas Constituições” depois de dois anos ficou inativa até 1838. Em 1844, teve uma aceleração das atividades até 1858, e depois foi decaindo aos poucos, sendo que em 1866 foi o ano em que suas ultimas Atas foram registradas.