terça-feira, 1 de dezembro de 2009

nº 56 - As Seis Grandes Lojas da Inglaterra


Nos séculos XVIII e inicio do século XIX ocorreu na Inglaterra uma formação simultânea de “Grandes Lojas”, começando pela primeira em todo o mundo, que foi a Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717. Posteriormente, algo semelhante ocorreria, também, nos demais países.
Baseando-me em livros de origem inglesa, inclusive um pequeno livro editado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, a mim ofertado pelo meu Irmão gêmeo Pedro Américo (The History of English Freemasonry), vou expor abaixo um resumo das seis Grandes Lojas que apareceram na Inglaterra naquela época.
  • A primeira delas foi a “Grande Loja de Londres e Westminster”, de 1717, a mãe de todas as Grandes Lojas do mundo, que permaneceu ativa ao longo dos anos, transformando-se, em 1813, na Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).
  • A segunda delas, apareceu em 1725: a antiga Loja da cidade de York, norte da Inglaterra, transformou-se na “Grande Loja de Toda a Inglaterra”. Entretanto, sua influencia se restringia nas províncias de York, Cheshire, e Lancashire. Ela existiu por algumas décadas, elegendo seus próprios Grãos Mestres, erigindo também suas próprias oficinas de Royal Arch e Cavaleiros Templários. Dessa Grande Loja apareceu uma outra em 1779, que será a 4ª em nossa seqüência..
  • A terceira Grande Loja foi a “Grande Loja dos Antigos” em 1751, a qual, juntando-se, em 1813, com a primeira mencionada acima, também conhecida como a dos “Modernos”, formou a “Grande Loja Unida da Inglaterra” (GLUI).
  • A quarta foi formada em 1779. Com a responsabilidade e autoridade da Grande Loja de Toda Inglaterra foi formada a “Grande Loja do Sul do Rio Trent”, constituída de antigas Lojas que estavam em desacordo com as diretrizes da primeira Grande Loja. Em 1788, ajuntou-se com a terceira das Grandes Lojas, a “Grande Loja dos Antigos” e parou de existir.
  • A quinta delas, e é a que existe hoje, foi formada em 1813. A primeira Grande Loja juntou-se com a “Grande Loja dos Antigos” para dar ao mundo maçônico a “Grande Loja Unida dos Antigos Maçons, Livres e Aceitos da Inglaterra”, conhecida por todos hoje em dia como a “Grande Loja Unida da Inglaterra” (GLUI).
  • A sexta e ultima apareceu e sumiu da seguinte forma: após a união, descrita acima, em 1813, houve dificuldades com algumas Lojas e quatro delas, afastadas da GLUI, formaram em 1823, estabelecida em Wigan, a “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as Antigas Constituições” depois de dois anos ficou inativa até 1838. Em 1844, teve uma aceleração das atividades até 1858, e depois foi decaindo aos poucos, sendo que em 1866 foi o ano em que suas ultimas Atas foram registradas.

4 comentários:

kim disse...

Prezado Irmão Alfério.
Apesar de ter 25 anos de maçonaria, sei que ainda tenho muito há aprender, por este motivo gostaria que o Irmão me orientasse. Ao ler seu trabalho me lembrei de outro que li anteriormente, e o transcrevo a seguir:
( Foram estes os verdadeiros precursores da maçonaria especulativa na Europa. Vários deles acompanharam Leonardo Da Vinci a Paris, a Convite de Francisco I e filiaram-se ao Colégio Francês, a primeira Grande Loja Franco - Maçônica no mundo.

Acontece que, nesta época, já existiam agrupamentos maçônicos especulativos, de forma isolada, originários de Academias e Colégios. Um deles, o mais antigo, e talvez o mais notável, foi criado na França em 1517. sob o reinado de Francisco I.
Tinha o nome de “COLEGIO FRANCES”. Dele fizeram parte Leonardo da Vinci, Andréa del Sarto, Benevenuto Cellini, Juan Lescot (artistas), Guilhermo Pelicier, Pedro Danes, Jorge Leive (escritores), Júlio César Escalígero, Roberto Etienne, João André Lascaris e Miguel Servet (cientistas). Logo exerceu grande liderança sobre os demais, tornando-se A PRIMEIRA GRANDE LOJA REGULAR DA FRANCO - MAÇONARIA SIMBÓLICA QUE SE FUNDOU NO MUNDO. A sua Constituição foi aprovada em Assembléia Magna dos maçons franceses no ano de 1523. Leonardo da Vinci já havia morrido havia quatro anos. Já se tratava de uma verdadeira maçonaria especulativa. http://www.triplov.com/Venda_das_Raparigas/2008/Origens-da-maconaria.html
Sendo estes fatos verdadeiros como fica os fatos narrados em vosso trabalho?
( Nos séculos XVIII e inicio do século XIX ocorreu na Inglaterra uma formação simultânea de “Grandes Lojas”, começando pela primeira em todo o mundo, que foi a Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717. Posteriormente, algo semelhante ocorreria, também, nos demais países. )
Entendi com estas narrações que a 1ª Potência Maçônica surgiu na Inglaterra, mas não a 1ª Loja Maçônica, esta surgiu na França.
Gostaria que o Irmão se pronunciasse a respeito, minha indagação visa apena a procura dos fatos, não estou duvidando de seu trabalho tampouco o criticando.
Que o G.’.A.’.D.’.U.’. o ilumine e guarde.
S.’.S.’.S.’.
Kim ( kimcostar@hotmail.com )

Alferio disse...

Prezado Irmão Kim,

Gostaria de dizer que me sinto muito honrado em saber que Maçons com a sua experiência Maçônica de tantos anos, lêem e analisam as Pílulas Maçônicas. O intuito sempre foi esse: de produzir dúvidas, gerar polêmica, pois na certeza é daí que nasce a “Luz”, o esclarecimento para ambos.
O trabalho que vc leu anteriormente ao meu, cita fatos, nomes e faz afirmativas que, infelizmente, não são encontrados na bibliografia dos “historiadores maçônicos” tidos como conceituados e verídicos. Americanos, Ingleses, Franceses, Brasileiros e outros.
Eu, com a pretensão de um dia ser historiador também, pesquiso meus trabalhos em livros feitos por esses historiadores. Artigos da Internet eu nunca pesquisei e não vou pesquisar nunca, pois não se tem a mínima credibilidade dos fatos.
Ninguém é dono da verdade. Fatos que hoje não são tidos como verdadeiros por falta de provas, estas podem ser descobertas de uma hora para hora e tudo muda.
Infelizmente, até hoje, não se tem a mínima evidencia que Leonardo da Vinci foi Maçom, juntamente com os outros mencionados no seu email. O papel aceita tudo. Há quem afirma que Jesus Cristo era Maçom, e era um Grau acima de João Batista, que também era Maçom.
Mesmo assim, admitindo que isso seja verdadeiro, por que a França, que sempre foi inimiga figadal da Inglaterra, nunca revindicou esse fato para si?.Eu tenho uma série de livros franceses conceituados, inclusive do grande historiador francês Alec Mellor, e nunca encontrei nada sobre isso. Nem historiadores maçônicos, que não eram Maçons como os Jesuítas Menimelli e Valério Alberton, nunca citaram nada sobre isso.
Inclusive, tenho a impressão que está havendo uma pequena dúvida entre Potência e Grande Loja.
Toda Grande Loja ( reunião de mais de três Lojas) é uma Potência. Uma Potência pode ser uma Grande Loja ou um Grande Oriente (origem francesa), que é o caso do Grande Oriente do Brasil e das Grandes Lojas Estaduais, do Brasil.
Se vamos falar de Loja, e se considerarmos essa “Grande Loja” denominada Colégio Francês, fundada em 1517, em antiguidade ela perde de modo lamentável para a Loja de York que em 950, já existia. Com documentos existentes até hoje.
Se essa Grande Loja Colégio Francês já era Especulativa em 1517, ela tem que provar com documentos, para que seja aceita como tal por todas as lojas do mundo. Caso contrário, fica valendo a Grande Loja de Londres de 1717.
Quando eu fiz a Pílula sobre as Grandes Lojas Inglesas (Potencias) eu não estava preocupado em fazer comparações com outras Potencias do resto do mundo. Somente fiz um seqüencial das diversas Potencias que a Inglaterra teve e que, sabiamente, se transformaram numa única Potencia. Que é o certo e o esperado de paises de bom senso. Nos EUA cada estado tem uma Grande Loja totalmente independente. Nos demais países, com raras exceções, tem de tudo. No Brasil tem Grande Oriente, Grandes Lojas Estaduais e mais uma série de pequenas Potências. Tudo fruto da ganância e desejo pelo poder, coisas que a Maçonaria, teoricamente, mais combate!
Talvez seja por isso que todas as Potencias pedem o reconhecimento da Grande Loja Unida da Inglaterra. Aparentemente, é a única de bom senso maçônico.

Desculpe se me estendi demais. Uma coisa puxa outra e deu nisso tudo.
Se não fui claro, por favor, mande email e vamos continuar este assunto.
Forte abraço.
Alfério

kim disse...

Prezado Irmão Alferio.
Fico grato pela sua resposta esclarecedora. Fico feliz em saber que o Ir.'. é um grande estudioso de assuntos da Ordem. O trabalho apresentado pelo Ir.'. A.S.Sabbi cujo título é "As Origens da Maçonaria Especulativa" segundo ele tiveram por base os Livros " A Maçonaria Simbólica" de Queiroz, Álvaro, e " Nos Bastidores do Mistério" de Figueiredo Lima, Adelino. Sei também que muitos autores acabam se "empolgando" e costumam acrescentar seus próprios "temperos", e isto acaba gerando falsas informações.
Estou procurando estes dois compêndios, mas está um pouco difícil encontra-los.
Este assunto e muito importante. Fico grato, manterei contato com o nobre Irmão.
Que o G.'.A.'.D.'.U.'. o ilumine e guarde.
kim ( kimcostar@hotmail.com )

Alferio disse...

Caro Irmão Kim,
Infelizmente, eu não conheço os autores citados nem os respectivos livros. Creio que não vai ser fácil achar esses livros, pois procurei nas listas da Editora "A Gazeta Maçônica" e da Editora "A Trolha" e não encontrei esses títulos.
Essas editoras, além do que editam, vendem livros de outras editoras.
Não procurei na Madras. Pode ser que ela tenha.
Estou ao seu dispor.
Forte abraço.
Alfério