quinta-feira, 31 de março de 2011

nº 96 - Michelângelo Buonarotti


Caso único entre os artistas, Michelângelo é comumente tido como uma espécie de super homem. Quando a morte o alcançou, com a idade de 89 anos, ainda estava criando obras de arte. Suas pinturas e esculturas de figuras de homens e mulheres são quase sobre humanos em beleza, força e energia. Foi uma criação da Renascença, sendo arquiteto, poeta, pintor e escultor de suprema relevância. Não foi o único; diversos artistas de renome apareceram nesse período, mas sem dúvida foi o maior artista entre todos eles.

O “mundo” de Michelângelo foi bem pequeno, restringindo-se as cidades de Florença e de Roma, distantes 233 Km entre si. Percebe-se, pois, que os efeitos enriquecedores de viagens ao redor do mundo não foram o motivo de sua incrível genialidade.

Michelângelo Buonarotti nasceu em 06 de março de 1475, na cidade de Caprese, próximo à Florença e era filho de Lodovico di Leonardo di Buonarotti Simoni, que nessa cidade estava trabalhando quando do seu nascimento. Foi criado por uma governanta, cujo marido era mineiro e deve ter lhe passado as técnicas de, com um malho e cinzel, esculpir em pedra.

Em 1488, com treze anos de idade, foi aluno de um dos principais pintores da época – Guirlandaio, com técnica especializada em pintar e decorar paredes e tetos, em afresco. Depois de um ano e meio com Guirlandaio, foi notado por Lorenzo de Médici “O Magnífico”, o qual foi imediatamente surpreendido pela habilidade de Michelângelo em esculpir e levou-o ao seu palácio, que era o centro cultural de Florença. Lá, encontrou Bertoldo di Giovanni, sexagenário que havia sido aluno de Donatello, considerado o maior escultor do século XV.

Quando Lorenzo “O Magnífico”, morreu em 1492, Michelângelo voltou para a casa de seu pai, iniciando nessa época seus estudos sobre anatomia, através de dissecação de cadáveres. Deste modo, artistas como Leonardo da Vinci e Michelângelo, da Alta Renascença, podiam revelar, em suas obras, a musculatura por baixo das roupas porque haviam estudado os músculos debaixo da pele.

Em 1496, em contato com o Cardeal Riário, e devido seu talento, foi convidado a ir a Roma. O primeiro trabalho conhecido de Michelângelo foi o “Baco”, para um vizinho do Cardeal. Essa obra, de grande beleza e naturalidade, mostra de forma adequada a embriaguez do deus do vinho, Baco, que com as pernas semi dobradas, parece que está prestes a cair.

Em seguida fez um trabalho mais ambicioso, a “Pietá”, uma representação da tristeza da Virgem Maria, segurando Jesus crucificado, em seus braços. Peça esculpida com riquezas de detalhes e perfeições jamais vistas em outras obras de igual envergadura.

Michelângelo voltou para Florença em 1501 e encontra um bloco de mármore de 5,4m de altura, num quintal próximo da Catedral de Florença e seus serviços são encomendados para trabalhar o bloco, e a estátua, conforme combinado, deveria ser de Davi, o herói bíblico, em confronto com o gigante filisteu – Golias. A maravilha produzida mostra a imagem do jovem Davi, carregando no ombro a funda com a qual derrotará o filisteu Golias.

Em 1505 foi convocado pelo Papa Júlio II, para pintar a Capela Sistina e, em 1520, prepara a Capela dos Médici.

No final da Renascença, as cidades italianas tiveram as maiores realizações culturais e Florença era uma das mais poderosas cidades italianas, próspera no comércio de tecidos e sedas, tornando-se um centro financeiro internacional. Produziu a maioria das grandes figuras do início do Renascimento, começando com Cimabue e Giotto, terminando com Leonardo da Vinci, Michelângelo e Rafael, entre outros.

Florença era normalmente uma república, mas durante quase todo o século XV foi controlada por uma única família – os Médici. Suas principais propriedades eram um banco com filiais ou agências por quase toda Europa, e a habilidade política, tradição familiar. O banco trouxe enorme poder e prestígio, a habilidade política os induzia a evitar danos à vaidade florentina, controlando a cidade por detrás dos bastidores. O real fundador da dinastia, Cósimo de Médici, usou o poder por mais de trinta anos. Ele foi grande apreciador das artes, embora suplantado por seu neto Lorenzo “O Magnífico”.

Lorenzo foi, quando Michelângelo era adolescente, seu protetor e estimulador na arte de esculpir, levando-o a frequentar a escola por ele patrocinada, no palácio. Apesar de Lorenzo ter morrido em 1492, e Florença pensar estar livre da influência dos Médici, em 1494, após conflitos com a França, trouxeram o poder dos Médici de volta, mais acentuadamente em 1512, como veremos adiante.

Depois de 1505, já famoso por algumas de suas obras, Michelângelo foi trabalhar para o Papa Júlio II, em Roma. Esse personagem era, além de Papa, um notável guerreiro, tornando-se um governante poderoso, tanto leiga como espiritualmente. Apesar de ambos estarem sempre em atrito, Michelângelo pintou a Capela Sistina, tornando-se mais conhecido e mais famoso ainda.

Em 1513, o Papa Júlio II morre, no auge de seu poder. Como dissemos, os Médici se reinstalaram no poder e o Cardeal Giovanni de Médici, o segundo filho de Lorenzo “O Magnífico”, em 1514, foi inesperadamente levado ao trono papal como Papa Leão X, e os Médici viram-se no poder tanto em Florença, como agora em Roma, os “dois mundos” de Michelângelo.

Em 1520, o Papa Leão X, para celebrar a volta da família Médici ao poder, estava ansioso para erguer uma maravilhosa fachada na Igreja Médici de São Lorenzo, Florença. Entretanto, não houve entendimentos entre o Papa Leão X e Michelângelo, e nada foi feito.

Ainda assim, ele de maneira nenhuma havia caido em desgraça com os Médici. Depois de certo tempo, envolveu-se em um novo projeto para a igreja de São Lorenzo. Na verdade eram diversos trabalhos e consistiam em projetar a Capela dos Médici. Além disso, deveria esculpir quatro túmulos para os Médici, e criar uma enorme biblioteca para a Igreja. Um dos túmulos seria destinado ao mais importante homem da geração anterior: Lorenzo de Médici “O Magnífico”, primeiro protetor de Michelângelo. O outro túmulo seria do Irmão de Lorenzo, Giuliano de Médici, que havia sido assassinado já a muito tempo, quando Michelângelo tinha três anos.

Na velhice de Michelângelo, a Arquitetura tomou lugar da Escultura, permitindo-lhe continuar a moldar rochas sem o duro esforço de esculpir, projetando diversas Praças.

E assim, na idade de 89 anos, morre um artista cuja magnitude jamais será suplantada.

nº 95 - O Olho Que Tudo Vê


O “Olho de Deus”, também conhecido como o “Olho Que Tudo Vê” é um Símbolo mostrando um olho circundado por raios de luz e, normalmente, no centro de um triângulo eqüilátero.

Ele é comumente interpretado, na Maçonaria, como “Olho do Grande Arquiteto do Universo” mantendo uma vigilância sobre o comportamento da raça humana e, principalmente, dos Maçons.

Sua origem pode ser encontrada na antiga Mitologia Egípcia juntamente com o “Olho de Orus”. Este último, para os Egípcios, era o Símbolo do Poder e Proteção.

Na Maçonaria serve para lembrar a todos os maçons que o Grande Arquiteto do Universo sempre observa seus feitos e ações. Muitas vezes aparece dentro de um triangulo, o que é, talvez, uma referencia para a preferência Maçônica para o número “três” na numerologia. Algumas vezes, mas de raro modo, a letra “G”, representando o Grande Arquiteto, substitui o olho.

Na literatura maçônica a primeira referencia parece ter sido feita por Thomas Smith Webb no “The Freemasons Monitor” onde cita algo semelhante a “pensamentos, palavras e ações, podem ser escondidos dos olhos do Homem, mas ao Olho que Tudo Vê nada pode ser escondido, pois penetra no fundo do coração do ser Humano, premiando ou punindo conforme seus méritos”.

Posteriormente, ficou bem conhecido quando apareceu como parte do simbolismo, no verso do Grande Selo dos Estados Unidos da América, acompanhado das palavras “annuit coeptis” (favorável aos nossos empreendimentos). Ele está posicionado em cima de uma pirâmide truncada

A anti-maçonaria, sempre alerta, alega que a origem do Grande Selo tenha sido na Maçonaria, idealizado por projetistas maçons. Hoje sabe-se que isso é uma tremenda bobagem, pois nenhum deles era Maçom.

Aparentemente, os comentários se acentuaram quando um professor da Harvard, Elliot Norton, em 1884, disse o verso da nota de “um dólar” lembrava, pela aparência, um emblema da fraternidade maçônica.

Na verdade, apesar da Maçonaria ter adotado esse Símbolo, o mesmo não é exclusivo da mesma. Ele aparece com freqüência na arte Cristã, nas Antigas Seitas, e foi muito usado durante o comportamento “deísta” no Renascimento.

quinta-feira, 24 de março de 2011

nº 94 - As mini colunas


O que será descrito nesta Pílula não é comum a todos os Ritos, mas somente no Rito de York (Ritual Emulation).

Nesse Rito, em Loja, são mantidas sobre o Altar do Venerável Mestre e nas mesas (lembrar que Altar só existe um) dos Vigilantes umas miniaturas de colunas (colunetas), com altura variando de 20 a 40cm.

No Altar do Venerável Mestre, uma com as características de uma coluna Jônica, lembrando os atributos de Sabedoria.

Na mesa do Primeiro Vigilante, uma outra com as características de uma coluna Dórica lembrando os atributos da Força.

E, na mesa do Segundo Vigilante, uma outra coluna com as características de uma coluna Coríntia, lembrando os atributos da Beleza.

Elas ficam em pé ou abaixadas, nas mesas dos Vigilantes de acordo com o andamento da Sessão. Assim, com a Sessão em desenvolvimento, a coluna do Primeiro Vigilante permanece em pé e do Segundo Vigilante, deitada; quando a Sessão é suspensa, invertem-se as posições.

Deve-se esclarecer que no Rito Escocês Antigo e Aceito, que é o mais praticado aqui no Brasil, essa prática é inexistente!

Como muitas vezes os templos são comunizados para a prática de Ritos, tanto de York como do Escocês Antigo e Aceito, ou outros, elas permanecem nas mesas simplesmente como elementos decorativos.

domingo, 13 de março de 2011

nº 93 - A Ordem Maçônica


O termo “ORDEM”, nas línguas de origem latina, como o francês e o português, define-se como sendo a designação da Franco-maçonaria Universal. O termo inglês equivalente é “CRAFT”, com o significado mais de corporação, de ofício, no sentido das Guildas (A História Resumida da Franco-maçonaria de Louis Lartigue).

As expressões “Ordem dos franco-maçons” e “Ordem Maçônica” remontam à própria introdução da Arte Real na França, e sublinham o caráter aristocrático que ela logo assumiu. Teria desagradado aos grandes senhores da Corte de Luiz XV traduzir Craft por “corporação”, expressão honorável, porém plebeia, enquanto que o termo Ordem poderia referir-se tanto a Ordem Real, ou as Ordens Religiosas, etc.

Observe-se, a titulo de curiosidade, que foi nessa época que se instituiu nas Lojas Francesas o costume do porte da espada, privilégio nobre, e por esta razão muito utilizado na Loja pelos plebeus (Alec Mellor).

Esse mesmo termo (colocar-se na ordem), porém escrito com “o” minúsculo é usado na Maçonaria, com o significado de efetuar o sinal simbólico do grau no qual trabalha a Loja.

Existem ligeiras diferenças entre os diversos sinais de Rito para Rito, inclusive, nos sinais de ordem.

Ritualmente, o sinal de ordem só deve ser dado em duas condições:
  • em Loja
  • no telhamento